sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Marta ex-Suplicy, a educadora!

O nosso ilustríssimo e "querido" presidente acabou de recuperar alguns poucos dos milhões de pontos que já perdeu comigo ao comentar com paridários que gostaria que a seguinte informação fosse passada aos demais. Vai deixar a ex-prefeita de São Paulo sem emprego na Esplanada dos Ministérios. Parece-me que alguns petistas estariam tentando forçar a entrada da vag****** para a pasta no Ministério da Educação. Aqui entre nós, só se existisse uma pasta chamada de "Ministra da Educação Sexual". Nem mesmo no Ministério das Cidades que está sob o comando do PP. Aqui entre nós... Praquê as cidades precisam de um ministério se já existem os prefeitos e toda uma parafernalha extra?

A sua decisão estava aparentemente tomada, mas a liberação da informação é que foi feita em doses homeopáticas para evitar confusões internas no partido. Em reuniões o presidente diz que "não sabe o que fazer com Marta". Bem... eu sei, mas não vou falar! Hahahahaha

Vamos ver como acabará essa história. E porque os partidários da vag****** estão tão interessados num ministério? Ora... pq todos, menos ela, percebem que na próxima eleição para a prefeitura de São Paulo em que ela provavelmente sairá candidata, não tem a menor chance, mesmo que seja contra o "Topo Gigio".

Como a quantidade de leitores deste Blog não para de crescer, vamos ver se os **** me deixam fora da ira da irritadinha ex-prefeita, ex-Suplicy, ex- etc! Só não é ex-vag******

Update: 26/02/2007
Pois é, afinal, não daria para esperar muita coisa mesmo... Parece que vai rolar Marta ex-Suplicy para o Ministério das Cidades. Resumo da história: Um ministério tão dispensável quanto a ministra. Um casamento perfeito!

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

nossos vieses

A coluna do CCalligaris de hoje na Folha é muito boa e a copio abaixo para quem não conseguir acessar o original (aqui).
Usando como exemplo os políticos brasileiros (excelente ilustração!), ele fala de quão emocional são nossos raciocínios racionais. Pesquisas recentes mostraram que 'nossa razão' é totalmente cozinhada afetiva e emocionalmente :-)
De nós, os 'mais racionais' não passariam de os 'mais apaixonados'?
Não sei nada, afinal, como diz o Calligaris, o melhor que teríamos a fazer seria 'desconfiarmos das nossas idéias, sobretudo quando nos sentimos particularmente satisfeitos com o entendimento da realidade que elas nos proporcionam'...

De rebarba (como sempre, aliás) ele aproveita para estampar uma crítica feroz, que neste caso foi para a qualidade dos auxiliares dos nossos políticos.


CONTARDO CALLIGARIS

Raciocínios "motivados"


Qual deveria ser a função principal dos auxiliares de nossos representantes eleitos?

É BANAL reconhecer que mesmo nossos pensamentos mais racionais são parasitados por afetos e emoções. Ou seja, uma boa parte de nossos raciocínios são, de fato, "wishful thinking", meditações motivadas pelo desejo.
Em 2002, aliás, um psicólogo, Daniel Kahneman, ganhou o Prêmio Nobel de Economia por trabalhos que mostram como os agentes econômicos (investidores, consumidores etc.) acreditam obedecer, em suas escolhas, a critérios racionais (utilidade, lucro, interesse), mas, de fato, são levados por emoções que eles desconhecem e que os impedem de calcular corretamente os riscos de seus atos.
Outros pesquisadores chegaram mil vezes a conclusões parecidas analisando pensamentos políticos, nos quais a racionalidade é seriamente ameaçada por afetos e emoções. Isso, claro, sem que o sujeito pensante se dê conta da interferência.
Recentemente, o "Journal of Cognitive Neuroscience" (revista de neurociência cognitiva, 18:11, 2006) publicou uma pesquisa, de Drew Westen e outros, que, pela primeira vez, comprova "materialmente" o peso das motivações afetivas e emocionais em nossos pensamentos.
Os sujeitos da amostra deviam julgar, por exemplo, uma explicação fornecida por um político. Enquanto decidiam se a explicação lhes parecia plausível ou não, seu funcionamento cerebral era monitorado por ressonância magnética.
Embora os sujeitos jurassem que eles estavam decidindo fria e racionalmente, suas escolhas implicavam uma intensa atividade de zonas cerebrais classicamente envolvidas na regulação afetiva, na defesa psicológica e no "viés de confirmação".
O "viés de confirmação" é um funcionamento psíquico freqüente (e catastrófico) no diagnóstico médico, no discurso político e nas brigas de casais. Ele consiste no seguinte: o sujeito procura ativa e seletivamente (embora de maneira inconsciente) dados que confirmem sua hipótese ou o seu preconceito iniciais. O prazer de ter razão prevalece sobre argumentos e informações, produzindo cegueiras.
Com a pesquisa de Westen, as neurociências afirmam algo que a psicologia (social e clínica) sabe há tempo: nosso raciocínio é influenciado por afetos implícitos que nos levam a "minimizar estados afetivos negativos e potencializar estados afetivos positivos". A gente pensa e escolhe não no interesse da verdade, mas para sentir-se bem. O próprio Westen reconhece sua dívida mais antiga: "Freud descobriu esses processos há décadas, usando o termo "defesa" para descrever os processos pelos quais as pessoas adaptam seus resultados cognitivos de maneira a evitar sentimentos desagradáveis como angústia e culpa".
O que fazer com isso? É possível desistir da verdade, considerando que o mundo é um vasto teatro em que as subjetividades se enfrentam e que o que importa é apenas a versão de quem ganha a luta (retórica ou armada).
Ou, então, talvez seja possível amparar a verdade, preservá-la de nossas próprias motivações. Podemos, por exemplo, desconfiar de nossas idéias, sobretudo quando nos sentimos particularmente satisfeitos com o entendimento da realidade que elas nos proporcionam. Pois a verdade (com o curso de ação que, eventualmente, ela "impõe") é geralmente pouco gratificante e de acesso trabalhoso.
Um exemplo. Nossos deputados não precisam ter uma competência específica: o essencial, em princípio, é que sejam dignos de nossa confiança. Imaginemos que sejam. O orçamento prevê que cada deputado disponha de 25 auxiliares.
Sem dúvida, os eleitos precisam de secretários, motoristas e mesmo de marqueteiros, mas, antes de mais nada, para poder legislar, eles precisam de dados e informações corretas. A arte de um legislador eficaz está na sua capacidade de apreender a realidade para tentar melhorá-la, não na qualidade retórica que é a praga habitual do discurso político (geralmente animado por vontade de seduzir e viés de confirmação).
Portanto, um deputado deveria dispor de pesquisadores qualificados (por exemplo, jovens mestres e doutores das áreas jurídica, socioeconômica e científica), capazes de encontrar rapidamente, sobre cada assunto debatido, a literatura essencial e de resumi-la, traduzi-la e apresentá-la de maneira que o representante vote conhecendo (de verdade) a questão em pauta.
Pergunta: quantos dos auxiliares de nossos representantes respondem a esse critério básico?

ccalligari@uol.com.br

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

span dirigido?

Sera que vocês ja viram isso?
Estou reparando que tenho recebido spans relativos a buscas que fiz na internet:
Ontem busquei no google a palavra 'cahen' (sobrenome de um cara). Hoje tenho span originario de 'cohen'.
Antes disso: tenho buscado coisas sobre analise técnica, e tenho recebido spans relativos a isso. Embora tome todos os cuidados para não passar meus dados.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

O Lula vai trabalhar na terça-feira?

Pois é, acredito que o princípio do Wikipédia é bom, mas um pouco utópico. Sobre referenciá-lo como fonte confiável, isso vale para qualquer referência! Para quem é do meio acadêmico, sabe que há congressos caça-níqueis, inclusive alguns de renome! Porém, referenciar algo que pode sofrer alteração no conteúdo, bem, isso é beeeem complicado!

Mas sobre o carnaval, o que define um feriado como oficial? A lei, como tudo!

Por exemplo: pessoas jurídicas devem somente fazer o que está na lei, por isso o Nome: jurídica. Já as pessoas, é o contrário: você pode fazer o que não está na lei, ou quase isso...

Então, como o feriado não é reconhecido pelo governo, uma empresa (pessoa jurídica) pode descontar o dia de salário do funcionário que faltar, pois não há motivo para a falta. Porém, se o feriado estiver na lei, a empresa DEVE manter o salário do funcionário.

Acredito que algumas cidades perceberam que não havia feriado e o oficializaram, mas e nas outras que não há nada oficial? E nos estados? E no âmbito federal? O Lula vai trabalhar terça-feira?

E ele começou a falar....

Eu não sei se devo achar graça ou aplaudir o discurso do Sr. Paulo Maluf na câmara. Chega a ser engraçadíssimo o mesmo prometer um projeto de lei prevendo penas "severas" aos sonegadores!

Bem, loucuras a parte, tenho que aplaudir a sua posição quando a pirataria, direitos autorais, lucros e impostos. Infelizmente o texto completo ainda não está disponível no site da Câmara dos Deputados.

Mais informações aqui.

A informação na Internet é confiável?

Tenho pensado bastante nisso ultimamente, principalmente pela existência da Wikipedia. Tudo bem, como o Blog não é direcionado para Tecnologia... A Wikipedia é um tipo de enciclopédia preenchida por Internautas, ou seja, se você procura alguma informação sobre um assunto, pode ser que encontre lá, e se não encontrar, você pode escrever sobre aquilo depois que fizer a sua pesquisa. Dessa forma, as próximas pessoas terão aquelas informações disponíveis. Acesse em português e inglês.

Ah sim, os artigos podem ser complementados por outras pessoas... Aquilo é maravilhoso, uma fonte localizada de informações, todo o mundo colaborando para o conhecimento! E ai começa o problema... Será que as informações são coerentes? Posso dizer que na sua grande maioria são sim, e muito interessantes também, mas há casos clássicos e interessantes de brigas sobre o que será informado. Para nós brasileiros, por exemplo, algum tempo atrás as informações sobre a XUXA, isso mesmo, a nossa Rainha! Bem.. se é nossa Rainha, só pode ser esposa do Roberto Carlos, o cantor! hahaha

Bem, deixando a brincadeira de lado, as descrições sobre a participação da mesma no famoso filme "Amor, estranho amor" eram atualizadas e diariamente, onde o filme era simplesmente citado, até em outros momentos onde ela era a própria Sylvia Saint tupiniquim!

O problema disso tudo é que alguns alunos começaram a colocar a própria Wikipedia como referência para seus trabalhos escolares, e aqui eu pergunto: "É bom deixar os alunos referenciarem a Wikipedia em seus trabalhos, em detrimento de uma pesquisa fundamentada em fontes confiáveis e tradicionais?". Tentando responder ao POST anterior do Ricardo dobre o Carnaval, encontrei no site de uma universidade em São Paulo, não confundir com "Universidade de São Paulo", pelo amor de Deus, uma referência para a Wikipedia sobre o Carnaval. E ai? Como ficamos? E ainda fala que é feriado nacional. Quem está certo, o "Ricardo do Blog" ou a "Universidade Metodista"? ;-)

Segue o link. http://www.metodista.br/agenda/2007/fevereiro/feriado-nacional

Você sabia que Carnaval não é feriado?

Meu amigo Joe Schmo sempre se mostrou um tanto inconformado com a quantidade de feriados no Brasil...de um tempo para cá, eu também comecei a ter a mesma sensação, principalmente quando dependemos de serviços de terceiros: entregas que atrasam, lojas que fecham (ou seja, um dia a menos girando dinheiro na economia), etc...ok ok ok...turismo gera muito dinheiro, principalmente o carnaval, um feriado que, para muitos, dura até quarta-feira, mas acredito que não tanto quanto a maioria das indústrias desligadas, escritórios fechados, menos pessoas nas ruas consumindo, logo, menos serviços sendo prestados, e assim vai...

Não sou contra feriado, porém, vejo que as coisas estão ficando desequilibradas. Este ano teremos um feriado no dia 15 de novembro e logo em seguida dia 20 de novembro será feriado também. Assim, teremos um feriado na quinta-feira e outro na terça, ficando a sexta e segunda "perdidas", pois muitos não irão trabalhar nestes intervalos de dias úteis. Na quarta-feira, dia 14, esquece, muitos já vão no clima "ah, semana que vem eu faço, hoje é véspera de feriado..."

O fato é que carnaval NÃO É FERIADO! Descobri isso, pois fiquei curioso sobre por que terça-feira de carnaval era feriado. Com algumas simples pesquisas, constatei que o carnaval é um feriado decretado pela própria população. Bem, acredito que ele seja mais legítimo que muitos outros feriados fabricados que literalmente travam o país.

Na verdade, o que mais me incomoda em feriado é que a maioria não sabe o porquê do feriado: alguém comemora o 15 de novembro? E o 07 de setembro? Eu não gosto da política dos EUA, mas uma coisa respeito neles: o patriotismo, pois 04 de julho eles realmente comemoram pela data e não pelo fato de não irem trabalhar. Acho que muitas vezes vejo os brasileiros repudiam feriados nacionalistas e atos relacionados ao patriotismo devido a herança negativa que a ditadura deixou associada a eles.

Mas, voltando ao tópico, por que temos tanta febre por feriado? Talvez por não termos os nossos direitos oficiais respeitados: "Férias? Ah, não posso tirar por que perco o emprego". "Falta justificada por que trabalhei na Eleição? Fica chato...", "Mas eu planejei essas férias a mais de Ano!" "Não interessa, sou seu chefe e o projeto tem de ser finalizado!" ...

O que acontece é que os funcionários sempre estão em busca de brechas, seja feriado, seja almoços mais longos, solução de problemas pessoais no horário de almoço...será que o Brasileiro não produziria mais se soubesse que só deveria trabalhar pelo que é pago ? (hora extra remunerada? No Brasil? HAHAHAHAHAHAHA, eu achava que a escravidão tinha acabado em 13/05/1888!)

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

hipocrisia carcerária

O Calligaris hoje na Folha (aqui) fala de como somos hipócritas com a questão das Febems e critica o Estatuto da Criança e do Adolescente. Ele traz para isso argumentos científicos sobre saúde mental que agregam valor à discussão popular que voltou à moda com as últimas violências midiáticas.
Ele explica porque nossa mania de imputar a culpa pela violência na desigualdade social é hipócrita, e diz que a desigualdade social pode levar a crimes leves contra o patrimônio, mas que não pode causar infrações graves (homicídio, estupro e latrocínio).
Como eu falara no post anterior 'o bode', 'o buraco é bem mais embaixo'. O Calligaris mostra que a sociedade moderna parece longe de saber resolver a questão!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

o bode

Na coluna 'Procura-se o bode expiatório!' a Eliane Cantanhêde faz uma boa crítica a esses arroubos midiáticos-populares cíclicos, que tanto fazem vender jornais quanto dissipar a energia do povo.
Eu, além de concordar com ela, tenho que fazer uma ressalva: embora ela deixe claro no final do texto que a responsabilidade é nossa, de todos, ao longo do texto sua ênfase foi de que o culpado seria o Estado. E culpar o Estado, como sabemos, é conversa pra boi dormir!
Se não é facil assumir a responsabilidade pelo que acontece na nossa sociedade, muito mais difícil é agir para resolver os problemas. Mas não conheço outro caminho!
Mais uma coisa: falamos sempre das desigualdades sociais como origem de vários problemas. O racíocinio está correto, mas tenho que lembrar duas coisas:
  1. Embora a desigualdade social brasileira seja escandalosa e insustentável, alguma desigualdade existirá sempre, porque isso é da nossa natureza e é assim em todas as culturas;
  2. a desigualdade não explica tudo, ou seja, se eliminássemos a desigualdade continuaríamos tendo os mesmos problemas, embora em menor grau. Se quisermos maiores melhorias, teremos que tratar de outras coisas, como a saúde mental das pessoas...

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Transsexualidade

Dando início a seção "Dicionário do submundo"...

Transsexual: Indivíduo que não se sente bem com o seu corpo e gostaria de ter um corpo do sexo oposto. Não está restritamente ligada a homossexualidade, ou seja, não é obrigatoriamente interessado por indivíduos do mesmo sexo.

Exemplo: Um homem que gostaria de ser lésbica! ;-)

alô, câmbio!

Apareceu na Folhaonline hoje uma série de três entrevistas com economistas de diferentes vertentes, todos respondendo a uma mesma série de perguntas sobre a taxa de câmbio brasileira e suas implicações nas outras variaveis (Selic, comércio exterior, PIB, dividas...). Vale uma lida para entender as argumentações e compreender melhor essa questão - o que é dificil apenas lendo as maiores ou menores bobagens que os jornalistas escrevem a respeito.
entrevista com Alexandre Schwartsman, do ABN Amro, sobre câmbio - 13/02/2007
entrevista com Octavio de Barros, do Bradesco, sobre política cambial - 13/02/2007
entrevista com João Sicsú, da UFRJ, sobre a política cambial - 13/02/2007

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Porque técnicos ganham menos que executivos

O mesmo besteirol de sempre, mas... é bom pra pensar um pouco!


Engenheiros, Cientistas e Técnicos quase nunca ganham tanto quanto seus executivos.

Vejamos uma rigorosa prova matemática que explica porque isto é verdade:

Postulado 1: Conhecimento é Poder.

Postulado 2: Tempo é Dinheiro:

Como todo engenheiro sabe, Poder, ou Potência = Trabalho / Tempo

Uma vez que Conhecimento = Poder, ou Potência, e Tempo = Dinheiro, temos que Conhecimento = Trabalho/Dinheiro

Resolvendo a equação para Dinheiro, temos que: Dinheiro = Trabalho/Conhecimento

Então, a medida que o conhecimento tende à zero, o Dinheiro tende à infinito, independente do trabalho efetuado!


Conclusão: Quanto menos você sabe, mais Dinheiro você ganha!

Retirado de: www.technacular.com

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Mais sobre pesquisa...

Na mesma linha sobre pesquisas, a notícia de nosso mais novo governador explica também por que tantos pesquisadores brasileiros saem do Brasil e vão para a Europa. Lá o que um pesquisador europeu acha ruim, os daqui podem achar que é muito melhor do que eles têm (principalmente do ponto de vista de perspectiva)...

A notícia segue no final da mensagem, mas alguns pontos que me perguntei após lê-la:

- O governador abusou do poder por não avisar do corte?

- O corte, apesar de abrupto, pode fazer com que as universidades tomem atitudes de corte de custos desnecessários?

- Porém, o que é desnecessário do ponto de vista de quem fará os cortes?

- Cortar salário de funcionário público é ilegal, então o que será cortado? Material do hospital universitário, como a Unesp fará?

- Ou corte de assinaturas de periódicos? Hum, menos uma porta para os pesquisadores...

- As universidades estão gastando realmente mais do que deveriam (ponto de vista do governador) ou recebem menos do que deveriam (ponto de vista dos reitores)?

As três universidades cresceram, expandiram, abriram mais vagas, não era de se esperar que o custo subisse? Além dos custos que envolvem os ativos, muitos funcionários estatutários (principalmente professores) se aposentaram com salário integral (se isso é correto, é assunto para outro post), e, por lei, a receita das universidades devem pagar por isso.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u19318.shtml

01/02/2007 - 09h09

Serra retém verba da USP, Unesp e Unicamp

Publicidade

FÁBIO TAKAHASHI

da Folha de S.Paulo

Pela primeira vez desde a obtenção da autonomia universitária, em 1989, o governo estadual paulista reteve, neste ano, recursos destinados à USP, à Unesp e à Unicamp. A contenção de verbas feita pelo governo José Serra (PSDB) ocorreu de duas formas. Uma delas foi por meio da suspensão do repasse mensal para as instituições.

Em uma das suas primeiras medidas após tomar posse, Serra determinou o contingenciamento (reter temporariamente parte do Orçamento) de 15% do custeio e 100% dos investimentos dos órgãos do governo. Em contingenciamentos anteriores, inclusive no do ano passado, as universidades não sofreram com a medida.

A outra retenção ocorreu por meio da diferença que deveria ser repassada referente à arrecadação de dezembro do ICMS (principal imposto paulista). Mensalmente, as três escolas recebem 9,57% da previsão da arrecadação do ICMS. Caso o arrecadado seja maior do que o previsto, o governo paga a diferença no mês seguinte. Em janeiro deste ano, o dinheiro não foi repassado integralmente.

Devido às duas ações do governo, a Unesp recebeu apenas R$ 2,4 milhões dos R$ 12,7 milhões no último dia 22. A instituição afirma que teve de usar suas próprias reservas para pagar despesas com o hospital universitário, bolsas e aquisição de material. Já a Unicamp recebeu R$ 5,5 milhões a menos e teve de cortar compra de materiais e a assinatura de periódicos.

A USP informou uma perda de R$ 11,5 milhões e afirmou que ainda avalia tal impacto. O secretário de Ensino Superior, José Aristodemo Pinotti, disse que o contigenciamento é pequeno e que trabalha para revertê-lo.

Para o coordenador do curso de administração pública da Unesp (Araraquara), Álvaro Guedes, não há impedimento jurídico para que o governo faça contingenciamento. "Mas é um sinal de que o tratamento vip às universidades irá parar."

Conselho

Outra mudança que teve impacto negativo nas universidades foi o fato de os reitores não predominarem mais no Cruesp, conselho que os representa. Até então, o conselho era formado pelos três reitores, sendo um presidente, e os secretários de Ciência e Tecnologia (ao qual às escolas eram vinculadas) e o de Educação. Com a criação da Secretaria do Ensino Superior, o conselho passou a ter três secretários e três reitores, sendo que a presidência passou para o titular da pasta de Ensino Superior.

Uma das principais medidas discutidas no Cruesp são os reajustes salariais. Ontem, Pinotti disse à Folha que não será mais o presidente do órgão -o posto voltará a ficar com os reitores. Antes de saber da decisão, o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, afirmou que "houve uma redução da autonomia com a perda das prerrogativas dos reitores no Cruesp". Sobre as medidas financeiras, ele disse: "O contingenciamento abre um precedente perigoso na gestão das universidades".

Já o vice-reitor em exercício da Unesp, Herman Jacobus Cornelis Voorwald, concorda que há o risco de a autonomia ser afetada. "A mudança do modelo de autonomia, iniciado em 1989, coloca em risco a manutenção da qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão nas três universidades", disse. A reitora da USP, Suely Vilela, declarou que "as mudanças propostas pelo governo mostram pontos fundamentais que precisam ser aperfeiçoados".

Outro lado

O secretário de Ensino Superior, José Aristodemo Pinotti, afirmou que o contingenciamento 'é pequeno' e negou que haja intenção de alterar a autonomia das universidades.

A reportagem procurou também a assessoria do governador José Serra (PSDB), que disse que apenas o secretário Pinotti responderia às questões.

Sobre o contingenciamento das parcelas mensais às universidades, o titular da pasta disse que o governo tomou cuidado para que a medida não atingisse a folha de pagamento, responsável por 90% das despesas dessas instituições.

'Por isso esse contingenciamento não tem tanta importância. Mesmo assim, estou negociando com [as secretarias da] Fazenda e Planejamento para que isso não ocorra', disse.

Sobre o repasse da diferença da arrecadação do ICMS, Pinotti afirmou que não pôde destinar integralmente os recursos porque o Orçamento 2007 não foi aprovado.

Dessa forma, essa transferência teve de seguir a lógica da distribuição das cotas mensais --ou seja, o pagamento de apenas 1/12 do valor a cada mês.

A assessoria de imprensa da Unesp afirmou que, em outros anos, mesmo com o Orçamento ainda não aprovado, não havia retenção desses recursos, devido ao fato de a verba já ter sido aprovada na lei orçamentária do ano anterior (no caso em questão, de 2006).

A Secretaria de Ensino Superior declarou que desconhece tal fato e afirmou que só poderá repassar a verba integralmente quando ela constar do Orçamento 2007 e ele for aprovado na Assembléia Legislativa.

Com relação ao temor de que haja uma mudança na autonomia universitária, Pinotti negou tal intenção. 'Para que isso fique mais claro, pedi que o governador me retire da presidência do Cruesp. A decisão deve ser publicada no 'Diário Oficial' amanhã [hoje].'

A reitora da USP, Suely Vilela, foi avisada ontem que voltará a chefiar o conselho. A presidência tem vigência de um ano e é alternada pelos reitores.