quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

la recherche

Acabo de ver uma reportagem na TV sobre a situação da pesquisa na Europa, comparando-a com o que se passa nos EUA. Embora este programa jornalistico não possa ser consederado muita coisa além de um indicio da situação, vale a intriga, especialmente para nos!
Eles mostraram que a pesquisa cientifica passa por uma grande pindaiba aqui na Europa em geral, incluindo Alemanha, e principalmente na Italia (alô Sailto!). Nesses paises o gasto em P&D esta na casa dos 2% do PIB, embora cada um tenha acordado na União Europeia gastar 3%... De fato não tem milagre!
Eles mostram que muitos pesquisadores europeus foram para os EUA ou para a Finlândia, onde não tem faltado recursos materiais para a pesquisa.
Ha tempos eu ja tinha visto que a França passa por situação semelhante do Brasil nessa area, com centros de pesquisa fracos e um monte de doutores desempregados ou fazendo 'bicos' para sobreviverem.
Mesmo sabendo que uma situação critica numa academia brasileira é diferente de uma situação critica em uma academia alemã, da pra ver que as perspectivas para um pesquisador europeu não estão muito melhores do que se passa no Brasil, pelo menos nos grandes centros.
Talvez a grande oferta que ando vendo no site da Poli para pesquisadores latino-americanos virem para universidades européias seja um indicio de que eles estão precisando recorrer a mão de obra mais barata ou menos exigente para continuarem tocando o barco...
Outra coisa: como ai, a pesquisa no velho continente é bancada pelo Estado, e a integração com o meio empresarial é igualmente dificil.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Modelos, comida e governantes. Tudo haver !

Essa agora foi boa, digna de ser colocada no hall das “Notícias Bizarras”.

Após tanto responder sobre as suas gordurinhas, a Caroline Ribeiro levanta mais uma obrigação para os nossos governantes eleitos: “O problema é que os governantes não estão nem aí para as modelos. Eles deviam fazer campanhas alertando sobre a qualidade de vida dessas garotas, pois nós fazemos a nossa parte”.

Tenha paciência, a garota até faz com que eu ache que nossos digníssimos políticos estejam sendo injustiçados... Por que será?

Pode ser lida aqui.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

haja dinheiro

Uma pesquisa revelou quantitativamente o que sabiamos qualitativamente:
Comprar um eletrônico no Brasil é carissimo!
Eles compararam o custo em us$ do iPod Nano em 26 paises e o Brasil tem o maior preço ao consumidor em todo o mundo! Vi a lista dos paises aqui.
Por quê isso?
Certamente que entre as causas estão os altos impostos brasileiros, mas isso não é tudo!
Em casos semelhantes entra ainda a GORDA parcela do importador/distribuidor brasileiro, muitas vezes com exclusividade.
Mas em alguns casos, onde a importação e distribuição é feita por filial da propria matriz, a causa principal é a política de preços da companhia, como parece ser este o caso da Apple!
Lembro do meu Palm comprado na Alemanha muitos anos atrás: a política da Palm para o Brasil era tal que simplesmente não valia a pena comprar fora, ou seja, o preço em us$ era muito próximo cá ou lá.
Não é atoa que a Palm 'ganhou o Brasil' e a Apple até hoje nunca conseguiu vender computadores no mercado brasileiro (claro que sempre existem exceções bizaras).
Neste caso, torço para que concorrentes brasileiros ou chineses quaisquer tomem o mercado dos famosos tocadores portateis!

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

o buraco das empreiteiras

ainda sobre o buraco de Pinheiros, não resisti e copio um artigo muito bom e com outro ponto de vista, comentando a incompetência das empreiteiras na gestão da crise.

Pergunta aos companheiros: sera que posso copiar um artigo aqui?
O artigo (aqui para assinantes) copiei no blog do Josias e coloco a seguir porque o tal blog não tem um link para o artigo:

ELIO GASPARI

O apagão das empreiteiras
O descaso com os familiares dos mortos não teve nada a ver com a chuva. Sem informação, eles viam as viaturas do IML

DEPOIS DO apagão das companhias aéreas, veio o apagão das empreiteiras. As cinco maiores construtoras de obras públicas do país desmoronaram às margens do rio Pinheiros, em São Paulo. Como no caso dos aeroportos, desmoronou a capacidade das empresas de falar sério e de manter uma relação respeitosa com a população.
O consórcio da obra do metrô paulista é formado por cinco empresas de engenharia que juntas faturam anualmente US$ 3,5 bilhões. São gente grande: Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e OAS. Demoraram um dia inteiro para falar do desastre e, quando o fizeram, passaram a responsabilidade às chuvas do Padre Eterno.
Ofendendo a inteligência alheia, disseram também o seguinte:
"O Consórcio Via Amarela lembra que, apesar da qualidade do projeto e dos cuidados na execução da obra, trata-se de atividade classificada no grau de risco 4, o mais alto na escala de risco do Ministério do Trabalho".
Só um dos mortos no desmoronamento tinha relações trabalhistas com as empreiteiras. Os demais eram transeuntes que, de acordo com qualquer escala de perigo, deveriam correr risco zero ao andar numa rua da cidade. Se um diretor da Odebrecht (líder do consórcio) estivesse a caminho do psiquiatra na rua Capri e terminasse seus dias na cratera da Via Amarela, ele não estaria numa área de grau 4. Assim como não estava a aposentada Abigail Rossi de Azevedo, que ia ao médico.
O tom pedagógico da nota é impertinente. Poderia ser refraseado assim: "O Consórcio Via Amarela deveria ter lembrado que sua obra colocara no nível 4 de risco as pessoas que passavam por perto". Eram cidadãos que não faziam a menor idéia do perigo que corriam. Se fizessem, tomariam outro caminho.
A primeira informação de que havia uma van no escombros surgiu três horas depois do desabamento. A cooperativa de transportes que perdera o rastro do seu veículo informou que um sinal de rádio localizava-o naquela cratera, a 28 metros de profundidade. Durante cerca de seis horas, tanto o consórcio como os poderes do Estado e do município fizeram acrobacias para soterrar o tamanho do desastre, como se tivessem poderes para isso. Preferiam discutir o cumprimento do prazo da obra. Do lado do consórcio, nenhum grão-empreiteiro, daqueles que jantam no Alvorada e almoçam no BNDES, botou o rosto na vitrine.
É possível que nada houvesse a fazer para salvar as vítimas. Apesar disso, muito poderia ter sido feito para amparar suas famílias. Esse descaso não teve nada a ver com a chuva ou com a geologia.
Durante todo o fim de semana, a principal assistência a essas pessoas veio da cooperativa cuja van estava perdida. Ela mandou para o local um microônibus, refeições e 20 funcionários. Havia parentes desesperados e é natural que, nessa situação, as pessoas se descontrolem. Não é natural que sejam tratados como descontrolados.
Dormiram num estacionamento próximo e em colchonetes colocados na calçada. Usaram os banheiros dos bares da vizinhança. Vagavam sem informações, mas viam a circulação de viaturas do Instituto Médico Legal. Na segunda-feira os empreiteiros voltaram a se pronunciar, informando que montaram um acampamento e colocaram uma equipe de assistentes sociais para assistir as famílias dos mortos. Fizeram pouco, tarde.

Buraco do Metrô, Motoboys e o Sensacionalismo da Imprensa

Já percebemos que há muito assunto na manga sobre esse tema. Comentando um pouco o post do Ricardo , concordo completamente com a sua opinião geral.

Sobre os motoboys, devemos lembrar de algo comum aqui em São Paulo. O trânsito nesta cidade, como quase todo o relacionamento humano nela, distancia as pessoas, as torna menos humana. No trânsito esquecemos que o carro ao lado não é simplesmente um carro, é o meio de transporte de uma outra pessoa, que também tem seus medos, suas ansiedades, seus problemas e pressões. Essa pessoa, também se esquece de quem é você. Nesse caminho, as pessoas voltam-se para si como centro e a importância de tudo, sempre se acham no direito de fazer o que querem, de agir da sua forma, esquecendo das relações de cordialidade existentes nas cidades pequenas.

Nesse sentido, os motoboys em São Paulo são vistos como ou cavaleiros medievais, que na sua prepotência passam por todos zunindo suas buzinas, se achando no direito (que não têm) de andar entre os carros, tirando o direito dos motoristas de trocarem de faixa, por exemplo. Quem não já passou por isso? Quem não já foi trocar de faixa e, além de ser caluniado também não teve o seu retrovisor arrancado pela bota de um motoboy? Ou quem não conhece a história de alguém que foi envolvido em um acidente com um motoboy e teve o seu carro, ou mesmo a si próprio, espancado pelos outros que vieram atrás sem saber da história?

No trânsito desta cidade não há pena, não há perdão. Certamente quem já foi envolvido em situações como essas aqui descritas, até comemora: "Oba! Um motoboy a menos!". Mas pra mim, não são os motoboys, nem os motoristas de carro os errados... todos são vítimas, vítimas da falta de respeito entre as pessoas e da imensidão da cidade!

Voltando ao Buraco do Metrô, como foi apelidado... como diz o meu amigo Oscar, o sensacionalismo da imprensa e o marketing utilizando as pessoas para seu benefício. Ele me disse que promotores da Red Bull estavam fornecendo Red Bull para os bombeiros e parentes das vítimas... para deixá-los acordados para suportarem as horas intermináveis de trabalho e espera? Ou simplesmente porque lhe dá asas? Assistimos a uma cobertura que lembra a CNN na Guerra do Iraque, com vários repórteres espalhados em diversos locais, com informações sempre repetidas e imagens chocantes de pessoas chorando desesperadas. Imagino as ordens: "Se sair mais um caminhão de areia ou auém chorar, quero uma entrada ao vivo!".

Sempre na mesma... se dá "IBOPE", é o que o povo quer ver... "Panis et circenses" hoje poderia ser traduzido como "Bolsa Família e Tragédias na TV". E os problemas continuam...

Big Brother Brasil

Eu não achava as palavras corretas para explicar o que eu sinto quando vejo as pessoas assistindo ao BBB ou mesmo comentando com muita empolgação...até que meu amigo Pascoal me mostrou esse poema do homônimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos:


Álvaro de Campos

Ah, Onde Estou

Ah, onde estou onde passo, ou onde não estou nem passo,
A banalidade devorante das caras de toda a gente!
Ah, a angústia insuportável de gente!
O cansaço inconvertível de ver e ouvir!

(Murmúrio outrora de regatos próprios, de arvoredo meu.)

Queria vomitar o que vi, só da náusea de o ter visto,
Estômago da alma alvorotado de eu ser...

Sobre as Vidas Interrompidas e Vítimas do Metrô

Esse post é mais para completar/responder os posts de Vidas Interrompidas e Buraco do Metrô.

Um assunto que realmente me chama a atenção é o comportamento humano. O que realmente é a essência humana e o que é cultural? O cérebro é determinístico? Até certo ponto, acredito que sim. Calma, que já conecto a idéia com os outros posts.
O fato é o seguinte: por que as pessoas se comovem (e acho que devem mesmo se comover) com a morte de 155 pessoas no avião da Gol (um acidente desse porte a cada 10 anos no Brasil) mas quando estão na Marginal Pinheiros/Tietê ou qualquer outra avenida, simplesmente desviam da poça de sangue de "mais um motoboy"? Em média a morte de um motoboy é de 1 por dia, muito mais que 155 somente em um ano! É menos ou mais chocante que a senhora que voltava do médico e foi dragada pelo buraco do metrô? Bem, acredito que a resposta está na identificação que o cérebro faz, inconscientemente, com a vítima: "podia ser minha avó!", "nossa, uso aquela rua!", e assim vai..., mas quantos classe média/alta que estão nas edições da mídia tem um filho, pai, irmão motoboy?
O mesmo caso para os moradores de rua. Os olhos dos transeuntes simplesmente filtram essas pessoas. Insensibilidade? Talvez, mas é uma insensibilidade inconsciente, como se fosse uma defesa humana. Minha justificativa para isso é sobre um programa chamado "Zoológico Humano" do pesquisador psiquiatra Philip Zimbardo. É uma série bem interessante que podemos discutir em outro post, mas um dos experimentos que mais me chamou a atenção foi o seguinte: colocaram um ator vestido de mendigo que fingia estar bêbado na entrada de um prédio comercial (acho que em Londres). Bem, depois de horas de teste, absolutamente ninguém parou para perguntar se ele estava precisando de algo ou tentar ajudá-lo. Então, vestiram este ator com roupa de executivo, terno, gravata, etc, e ele ficou no chão fingindo estar bêbado. Alguns minutos depois muitas pessoas pararam para ajudar! Uma explicação possível é o comportamento humano pelo instinto de procurar e proteger seus semelhantes de sua "tribo". Não sou psiquiatra como o Dr. Zimbardo, mas acho que isto está totalmente relacionado com a comoção das pessoas com as mortes ocorridas no acidente do metrô e a indiferença com tantas outras que ocorrem embaixo de nossos narizes diariamente e a única coisa que fazemos é desviar do caminho.

um brinde ao Joe Schmo

Lembro os milhões de leitores deste blog que hoje fazemos um brinde ao Joe, que faz aniversario e fica (quase) mais velho que eu!
Joe,
Felicidades, cumpadi!

Se rolar um coup-de-fil no skype hoje a noite faremos um brinde ao vivo...
abraço do alisson

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

o buraco de Pinheiros

Mais do acidente acontecido sexta-feira em Pinheiros.
Depois de Muuuiita coisa publicada, que tenho acompanhado pela internet, posso dizer: diferentemente de outros casos do tipo, não tenho visto muitas grandes bobagens a respeito, mas em geral muita inutilidade publicada, estão re-amassando o mesmo barro.
O Joe tem razão neste post, quando pergunta sobre prvidências que deveriam ter sido tomadas no dia anterior, quando observaram que havia problemas no tunel. Parece que estas providências não vieram... mas isso são especulações minhas, de quem esta vendo de fora!
Uma investigação pode explicar o que realmente aconteceu. Mas fiquei triste de ver declaração do Vahan Agopyan: de que "a obra é dificil, complexa, e que as causas do acidente também devem ser complexas, com sucessão de falhas"... Esse cara é um politico e falou como diretor do IPT que esta responsavel por atestar a investigação e deu uma resposta 'sabão'. Ahã, entendi tudo: nada de culpados! Ainda mais que so morreram pessoas comuns, e que o prejuizo material o seguro deve cobrir. Tomara que isso seja apenas especulações minhas.
E as empreiteiras decararem que a causa é a chuva é no minimo absurdo! Se eles não tinham competencia para trabalharem com chuvas, para considerarem toda a agua possivel de cair, não poderiam ganhar a concorrência para fazer a obra!
Do post do Joe, acho que devemos sim nos sensibilizarmos com as mortes ocorridas. Mas acho, sobretudo, que os brasileiros em geral perderam essa capacidade de se sensibilizar com as mortes violentas que ocorrem todos os dias no pais inteiro: talvez por serem corriqueiras, pareçam mortes 'normais', e por isso as pessoa as toleram. Esse assunto esta diretamente ligado ao meu tema da violência em geral no Brasil, como ja falei em posts no grula, aqui, ou aqui, ou aqui...

Vidas interrompidas

Não querendo ser taxado de insensível ou algo parecido, mas já criando polêmica. Desde sexta-feira que o assunto em todos os jornais, rodas de amigos, conversas na sala e em festinhas de aniversário não é outro, mas sim o desabamento da obra do metrô. Uma fatalidade, não há outra palavra para resumir o acontecido.

Como será a vida da família do rapaz, cobrador da lotação, que mesmo dentro do nosso ambiente que realmente não favorece aquele que trabalha honestamente, estava lá, da sua forma e dentro das suas possibilidades trabalhando, servindo à população com o seu trabalho, em busca de uma vida melhor. Ou do motorista, com seus dois filhos para cuidar. O que será dessas crianças? Os responsáveis, depois de apuradas as causas, também serão responsáveis pela educação e futuro dessas crianças? Não posso deixar de me solidarizar com essas pessoas nesse caso.

Prefiro não comentar sobre a agilidade do início das buscas, estabilizar grua, busca pelo túnel ou escavando e outras especulações sobre o processo acontecido após o problema, mas no mínimo... Já que os funcionários, percebendo o perigo, acionaram as sirenes e saíram do local, não poderia ter sido feito um isolamento ao redor do local? Ou não se imaginara que poderia tomar tais proporções?

Independente das causas do acidente, eu continuo estarrecido com a comoção causada pelo fato. Não diminuindo a dor dos familiares, daquelas que muito provavelmente faleceram, e dos que "perderam" suas casas, mas é só passar algo na televisão que a população fica assim.

Em São Paulo, em números da Secretaria de Segurança Pública, no terceiro trimestre de 2006 foram registrados 86 latrocínios (um dos piores crimes, na minha opinião), que uma conta grosseira, nos leva a "um" por dia. Isso é muito? Certamente é muito maior do que eu gostaria. Uma vida não tem preço, isso é uma premissa para mim, agora, é interessante perceber o quanto a violência se torna algo normal com o tempo. "Um latrocínio por dia é normal, tudo bem... Latro... o que mesmo?"

Infelizmente não tenho os números de latrocínios para fazer uma comparação, mas, em números de assassinatos, em Washington, por exemplo, o número/100 mil habitantes é mais alto que no Rio e em São Paulo. Especificamente em São Paulo, pode-se acompanhar esses números pelo site da Secretaria de Segurança Pública aqui.

Sobre o acidente, vamos aguardar pelas apurações, e é claro, não punições...

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

affair cicarelli na França

O jornal Le Monde passou ao largo dos descalabros do Chavez na sua posse no inicio dessa semana (se o fez, foi posteriormente).
Mas não ignorou o 'affair' cicarelli-youtube se passa no Brasil, já comentado neste blog aqui.
Ou seja, a relevância das noticias é algo tão subjetivo aí como aqui :-)

dez pra uma

Ontem vi uma boa reportagem sobre uma bizarra questão social: em algumas regiões da Índia, a proporção de homens para mulheres chega a 10:1!
Isso mesmo: dez homens pra uma mulher! E o motivo não é que seja algo como Serra Pelada, onde tinha muitos garimpeiros para cada prostituta. Pelo contrário, são regiões do país com cidades 'normais'! Consequência: tráfico de mulheres.
Eu sabia que na China rural a mortandade de fetos femininos é grande, e a origem do problema é que pode-se ter um filho apenas. Mas porque preferem o filho homem? Isso não sei.
E qual a motivação dos indianos, que se reproduzem à vontade, para chegar a essa situação?
  1. o dote que a família da mulher paga quando ela se casa, que é proporcional ao seu patrimônio.
  2. a mulher deixa a sua família e passa a pertencer à familia do marido.
Ou seja, casar uma filha significa ficar mais pobre e 'perder' um membro da prole. A família do marido, além de receber o dote e a mulher, garante seu 'asilo': a jovem vai cuidar dos sogros na velhice. Um detalhe suplementar: os casamentos são arrajados pelos pais.
Tudo isso foi agravado depois dos anos 70, com a ultrassonografia que permitia saber o sexo do feto. Caso seja mulher, a mãe aborta sobre forte pressão da família do marido. De dois anos para cá, o médico é proibido de dizer o sexo do feto à paciente, e a mulher é proibida de abortar. Mas... dá-se um jeitinho, né? Afinal, a corrupção faz parte da 'natureza humana'.
Agora, eles tem toda uma geração de jovens... homens!
Para os pais que não conseguiram casar seus filhos homens recebendo o dote e tudo mais (atualmente, a maioria se encontra nessa situação), resta... comprar uma mulher para o filho!
Como este infanticídio não é generalizado na Índia, a alguns milhares de kilômetros de distância é possível comprar uma adolescente da sua família por uns 30€. Trabalho para os traficantes, que a revendem por 600€. E não faltam histórias de adolescentes que 'somem' dez dias após o casório: vão ser revendidas por mais 600€ na cidade vizinha.
A ironia do destino é que, nestes casos, as famílias - que mataram suas meninas para receber futuramente um dote e uma empregada doméstica - estão pagando um dote (esses 600€ são caros demais para muitos) e ficando sem a empregada!

Acho incrível a força que uma mesquinharia cultural como essa possa ter sobre uma sociedade! Os pais condenaram seus filhos a viver em uma sociedade (quase) sem mulheres.
Como estará esse povo uma década mais tarde? Veremos. Isso deve ser um prato cheio para os estudos de sociologia.
Pelo menos, talvez isso seja uma solução para outro problema: reduzir a longo prazo o mundaréu de gente desse pais superpovoado ;-(

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Mais sobre a Cicarelli x YouTube

Discussão... isso é bom...

Bem... comentando sobre os pontos de vista do Alisson aqui, seriamente não acho que ela deveria ser processada... mas dentro das circunstâncias e pensando como ela (será que pensa?) e extrapolando... ela deveria ser processada, o fotógrafo, e o namorado dela também (e pela própria), já que a culpa é dele... se não fosse o cara, nada disso teria acontecido! :-)

O problema principal dessa história, é não assumir seus atos. Vir dizer que o vídeo expõe a sua intimidade, quando ela foi escancarada pela própria garota. Pior ainda, é punir toda uma legião de pessoas por isso... Até onde sei, e pude ver pelas imagens, não estávam em nenhuma praia deserta. Não acho também que a praia sendo pública e ainda mais durante o dia, seja o local mais adequado para despejar os "líquidos das suas entranhas", assim como não é lugar pra urinar, defecar, despejar resíduos das casas, jornais, plásticos... a lista é imensa e estamos entrando em outro assunto, bem mais importante que a senhorita.

Felizmente o acesso ao YouTube foi liberado, diminuindo todo esse problema, e na minha sincera opinião, os vídeos dela também deveriam ser liberados... eu já vi e é no mínimo hilário, da forma que foi editado! Acho que todo mundo, em idade legal, deveria ver! ;-)

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Renascer: o dolar na cueca revisitado

Episodios como o Dolar na cueca estao ficando cada vez mais freqüentes. Hoje foram presos em Miami, acusados por lavagem de dinheiro, quando tentavam embarcar para o Brasil com U$ 56 mil.

O mais impressionante e que aqui mesmo no Brasil, os dois ja eram foragidos, mas conseguiram uma liminar "magica" do Supremo Tribunal de Justica revogando um pedido de prisao preventiva contra eles. Essa liminar permitiu que os dois fossem para os Estados Unidos.

Na volta os dois acabariam sendo presos por la. Após pagarem fiança de U$ 100 mil, foram libertos, mas ainda não podem sair do país. Aproveitando a deixa, o Ministério Público Estadual de São Paulo irá pedir para o casal também ser investigado nos Estados Unidos pelo crime de lavagem de dinheiro... Quem sabe por lá as investigações andem melhor do que por aqui?!

youtube da cicarelli

Sobre Cicarelli, YouTube, Judiciario... eu tbm conheço pouco da questao técnica do Direito, mas posso comentar.
Entendo que o Joe tenha criticado, neste post, o fato de que muitos brasileiros estão, agora, sem acesso ao YouTube, como determinou a Justiça brasileira, apenas porque a famosa se acha injuriada.
Até onde vai a liberdade da madame, até onde vai nosso direito de usar o tal site?
Das colocaçoes do Joe:
  1. a fulana pode fazer sexo na praia? Por mim, discretamente, sim! Segundo as leis do lugar, não sei, mas sei que isso varia muito de um local para outro. Se uma mulher não pode descobrir as tetas em Ipanema, em muitos outros lugares, pode, e não só as tetas (ainda bem!).
  2. a fulana deveria ser precessada? Uai Joe, essa saiu do arco-da-véia, heim?
  3. sobre direito de imagem, vale o mesmo: acho que no Brasil pode-se filmar qquer pessoa, mas isso não é regra geral, e aqui na França (salvo engano), a pessoa é que tem o direito à sua imagem, não o cinegrafista.
Certamente a esposição em midia que tem acontecido neste causo vai render frutos para a madame, se bons ou não, não sei, e se foi planejado, tbm desconheço; não acho relevante para mim.
é direito dela processar qualquer um. Ganhar, ja é outra historia, e se for injustamente vai depender de vacilo de algum juiz que, neste caso, deve ser corrigido prontamente.
Essa questão de imagem de famosos, paparazzis, e coisas que tais, depende no final do interesse da platéia do circo. A Historia mostra que o bom-senso dos humanos é bem largo nessa questão.
Respondendo ao Joe: certamente não seremos uma China na censura.

Cicarelli e as implicações no YouTube

Volta e meia esse assunto volta à discussão. A falta de bom-senso nas pessoas, em diferentes níveis. Quando o seu interesse pessoal importa mais que o interesse público, sem falar na falta de coerência, e porque não, maturidade.

Claro que as críticas não são direcionadas somente para aquela que se acha uma estrela, mas também para o poder público, em especial neste caso, o judiciário.

Tudo começou com a senhorita em questão participando de cenas nada discretas com o namorado em uma praia espanhola, e é claro, como já era de se esperar, é flagrada pelas câmeras de um cinegrafista. Até ai tudo bem, em parte. Eu não tenho nada haver, não estou nem um pouco interessado no que ela faz da vida, e acredito que a maioria das pessoas, principalmente daquelas que acompanham este blog, também não o estão. Não sou especialista em direito, muito longe disso, mas sempre gosto de pensar na coerência dos fatos. A garota reclama, processa um site, onde diversas pessoas podem publicar conteúdos, por estar divulgando o tal vídeo. Um vídeo que expõe a sua intimidade.

Pois bem... comecemos pela tal intimidade: “Vida íntima; vida particular”; “Que está muito dentro; Que atua no interior; Muito cordial, afetuoso; Estreitamente ligado por afeição e confiança”. Como pode reclamar de alguém expor a sua intimidade, se essa tal "intimidade", utilizada de maneira errônea, foi exposta pela própria garota? Vejam bem... caso eu seja flagrado tomando água de côco na praia, não posso reclamar de direito de imagem, afinal de contas, estava num local público. Não conheço nada das leis espanholas, mas novamente.... pelo bom-senso, ela deveria ser processada por realizar coito em área pública.

O segundo ponto a ser levado em consideração, é a atuação do poder judiciário nessa situação toda. Depois de tudo isso exposto, será alguém realmente acredita que ela tenha direito de reclamar, de que ela tenha sido gravada na praia? Vamos todos transar na praia também, e se alguém vier reclamar, direi que estou no meu direito de cidadão, e se reclamar muito, colocar foto nos jornais ou algo semelhante, o processarei por invadir a minha privacidade de expô-la ao mundo! A história começa com um comportamento, nada convencional, e no final de contas ainda é embasado por algum louco. E agora? Vamos bloquear tudo o que estiver mostrando algo, impróprio? Vamos também bloquear a Cicarelli, oras. Esse é só mais um dos primeiros passos para o controle e censura na Internet. Por falar em censura, isso é algo que o atual governo gosta bastante, e já tomou na cabeça por isso, mas este não é o foco deste texto... Voltando... Então por causa de um ato instintivo (será que não foi de propósito para voltar à mídia?), impensado (será mesmo?) e irresponsável (se fosse responsável, pensaria: "Tudo bem, fiz a bosta, agora tenho que arcar com as conseqüências."), todos os brasileiros precisam pagar o preço pelo que ela fez? E no futuro? Quais os próximos sites a serem bloqueados? Quais assuntos não podem ser veiculados no Brasil? Pelo visto estamos realmente nos aproximando bastante da China, e não só comercialmente....

Haja paciência para essas incoerências, ou pela teoria da conspiração, não será só o início de um plano maléfico de censura? :-)

(*) Blog interessante, direcionado para o assunto Cicarelli x YouTube: http://www.boicoteacicarelli.com/

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

começando

está criado o nosso blog.
aguardo que os convidados aceitem de participar deste utilsarcasmo e enviem sugestões para melhorar essa aparência tosca.
abraço, alisson