Buraco do Metrô, Motoboys e o Sensacionalismo da Imprensa
Já percebemos que há muito assunto na manga sobre esse tema. Comentando um pouco o post do Ricardo , concordo completamente com a sua opinião geral.
Sobre os motoboys, devemos lembrar de algo comum aqui em São Paulo. O trânsito nesta cidade, como quase todo o relacionamento humano nela, distancia as pessoas, as torna menos humana. No trânsito esquecemos que o carro ao lado não é simplesmente um carro, é o meio de transporte de uma outra pessoa, que também tem seus medos, suas ansiedades, seus problemas e pressões. Essa pessoa, também se esquece de quem é você. Nesse caminho, as pessoas voltam-se para si como centro e a importância de tudo, sempre se acham no direito de fazer o que querem, de agir da sua forma, esquecendo das relações de cordialidade existentes nas cidades pequenas.
Nesse sentido, os motoboys em São Paulo são vistos como ou cavaleiros medievais, que na sua prepotência passam por todos zunindo suas buzinas, se achando no direito (que não têm) de andar entre os carros, tirando o direito dos motoristas de trocarem de faixa, por exemplo. Quem não já passou por isso? Quem não já foi trocar de faixa e, além de ser caluniado também não teve o seu retrovisor arrancado pela bota de um motoboy? Ou quem não conhece a história de alguém que foi envolvido em um acidente com um motoboy e teve o seu carro, ou mesmo a si próprio, espancado pelos outros que vieram atrás sem saber da história?
No trânsito desta cidade não há pena, não há perdão. Certamente quem já foi envolvido em situações como essas aqui descritas, até comemora: "Oba! Um motoboy a menos!". Mas pra mim, não são os motoboys, nem os motoristas de carro os errados... todos são vítimas, vítimas da falta de respeito entre as pessoas e da imensidão da cidade!
Voltando ao Buraco do Metrô, como foi apelidado... como diz o meu amigo Oscar, o sensacionalismo da imprensa e o marketing utilizando as pessoas para seu benefício. Ele me disse que promotores da Red Bull estavam fornecendo Red Bull para os bombeiros e parentes das vítimas... para deixá-los acordados para suportarem as horas intermináveis de trabalho e espera? Ou simplesmente porque lhe dá asas? Assistimos a uma cobertura que lembra a CNN na Guerra do Iraque, com vários repórteres espalhados em diversos locais, com informações sempre repetidas e imagens chocantes de pessoas chorando desesperadas. Imagino as ordens: "Se sair mais um caminhão de areia ou auém chorar, quero uma entrada ao vivo!".
Sempre na mesma... se dá "IBOPE", é o que o povo quer ver... "Panis et circenses" hoje poderia ser traduzido como "Bolsa Família e Tragédias na TV". E os problemas continuam...
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