quinta-feira, 6 de novembro de 2008

blogosfera

Eu critiquei os Votorantim com a venda das suas 'venture capital' de biotecnologia para a Monsanto no Grula (aqui). Dois dias depois é curioso ver os acessos ao blog vindos das partes criticadas (Monsanto - st Louis, EUA) e da Votorantim em SP. Quem cuida da imagem (aparência) deles nao esta dormindo!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

mais OMC e Doha

O Caju puxou esse assunto (aqui e la), que eu não comentara antes por me sentir incopetente: dado que essas negociações não são transparentes e que o principal do jogo é baseado em projeções para o futuro, fica difícil para quem está de fora tecer comentarios consistentes. Mas posso contribuir com umas questões relacionadas com a liberalização do comércio.
O inssucesso da rodada Doha é uma grande perda de oportunidade, especialmente para os países pobres. É um sucesso para os ricos agricultores europeus e americanos principalmente, que vão continuar ainda um bom tempo mamando nas tetas de seus compatriotas e dos pobres estrangeiros.
Uma questão que ainda não vi comentarem é que os brasileiros continuarão pagando preços absurdos por produtos industrializados que são corriqueiros no resto do mundo! Sem Doha, o Brasil não vai executar as contrapartidas, dentre as quais a redução das tarifas de importação de produtos industrializados. E essa é uma das causas dos brasileiros pagarem mais que o resto do mundo por produtos como os eletrônicos. Ou seja, os ricos que passeiam no exterior vão continuar fazendo viagens de compras (e pagando impostos para os cidadãos de outros paises) enquanto o restante dos brasileiros poderão continuar escolhendo: ou ficam sem, ou pagam preços absurdos, ou compram contrabandos. Lamentavel!
Sabemos que o pais não pode liberar totalmente as importações, o que faria com que nenhuma indústria investisse no Brasil, além de sangrar toda a riqueza do país para pagar os luxos importados. Por outro lado, exagerar nas tarifas penaliza o pais. Ou seja, calibrar o imposto de importação pode não ser facil, mas é necessário para o futuro do Brasil!

sábado, 26 de julho de 2008

Conseqüências da Abertura

É de se imaginar que a abertura de mercados nos leve cada vez mais na direção da maior eficiência, pois a ausência de tarifas permite uma concorrência mais justa, além de uma redução nos preços e um conseqüente aumento de consumo. Assim, podemos esperar, cada vez mais, a formação de pólos de produção??? Estariam nações como a China destinadas a serem os maiores produtores de bens industrializados do mundo? Estaria o Brasil, por sua extensão de terras destinado a ser a referência em produção de alimentos e biocombustíveis? Como ficaria a tecnologia de ponta?

Talvez um bom chute seja de que cada país terá um desenvolvimento tecnológico direcionado para a sua vocação produtiva ou de serviços. Assim, um país produtor de cana-de-açúcar seria referência em cultivo de cana, técnicas agrícolas e uso de tecnologia. No entanto, a produção tecnológica, a pesquisa e o desenvolvimento não necessariamente estaria no mesmo país. Na minha opinião é mesmo pouco provável que esteja, senão com a ajuda de incentivos do governo.

OMC e Doha

A Organização Mundial do Comércio [OMC] é uma entidade mundial que visa discutir leis de livre comércio entre nações em um nível globalizado, considerando também fatores como a proteção do consumidor, do meio-ambiente e ainda o espalhamento de doenças. A OMC tem hoje 153 membros, sendo Cabo Verde o mais recente membro, admitido na OMC no dia 23 de Julho de 2008.

Uma das atividades da OMC é a Rodada de Doha - um encontro para negociações que tem como objetivo a adesão à Agenda de Desenvolvimento de Doha, definida em Novembro de 2001, no Catar. Tal encontro visa definição de regras de comércio e implementação de regras já negociadas. Os temas principais das negociações podem ser classificados em assuntos como:

  • - Agricultura
  • - Serviços
  • - Acesso ao Mercado de bens Manufaturados (NAMA - Non-Agricultural Market Access)
  • - Regras de comércio.

A preocupação com o recente aumento nos preços de commodities como o petróleo e alimentos, além da desvalorização do dolar americano pode ser tida como um dos grandes motivadores para que os temas relacionados à agricultura tenham tomado força na última Rodada de Doha, que acontece em Genebra.

Etanol

Com o aumento dos preços do petróleo, o etanol surge como alternativa de combustível renovável. Há, no entanto, o outro lado da moeda: produção de etanol necessita de milho (no caso dos Estados Unidos) ou cana-de-açúcar (no caso do Brasil) como matéria-prima. A produção destes produtos agrícolas demanda áreas de plantio, que podem concorrer com áreas que seriam destinadas à plantação de alimentos. No caso do milho, a concorrência já é direta: ou você come o milho ou ele é usado na produção de etanol. Há quem diga que a crescente demanda por etanol seja um dos principais motivadores da alta dos preços dos alimentos. Tomando este argumento como base, a produção de biocombustíveis já foi classificada de "crime contra a humanidade". As opiniões mais recentes já não apontam a produção de biocombustíveis como fator principal.

Abertura do Mercado Agrícola

Atualmente, tanto os Estados Unidos como a União Européia possuem políticas de subsídios para a produção de alimentos. Como forma de conter o aumento dos preços dos alimentos e a conseqüente fome nas regiões mais pobres do mundo, existe pressão da opinião pública internacional para que a OMC negocie a abertura do mercado de alimentos.

O Brasil toma partido desta oportunidade e negocia a abertura deste mercado, principalmente para bens como álcool, algodão, milho e soja. Em contrapartida, os Estados Unidos pedem maior abertura do país para bens industrializados. Uma opinião totalmente diferente da que nos é induzida pela Folha pode ser vista aqui.

sábado, 21 de junho de 2008

carros e petroleo

Confesso que a saudade aperta e, apesar de economizar palavras, sinto que da pra cutucar vocês um pouco...
Fico lembrando do Joe e suas teorias defendendo os SUVs americanos, que são modernos e eficientes, ao ler uma nota no Folhaonline sobre lançamento de novos modelos da GM (aqui) .
Também lembro ter visto dias atras um artigo dizendo que a GM nao vê futuro algum para a Hummer e suas maquinas de guerra urbana, que gastam entre 22 e 26 litros de gasolina para percorrer 100km.
O Joe tem razão: pode-se fazer carros grandes e eficientes, mas se isso é verdade, o mesmo vale para os carros pequenos: pode-se fazer carros pequenos e muito mais eficientes, e neste caso os grandes continuam a ser exageradamente poluentes. A situação atual do mercado com combustiveis caros ilustra bem essa questão, como dito no artigo acima, apesar da gasolina ainda ser muito barata nos EUA (1Us$/litro a preço atual), metade do que ela custa no Brasil e 25-30% do que custa na Europa.
Falando de Europa, as vendas de carros grandes estão caindo e as de carros pequenos subindo, em geral. E pela procura de engenheiros de eletrônica de potência aqui na França para os desenvolvedores de carros, estão todos preocupados com o atraso (em relação aos japoneses) e investindo bastante em carros hibridos ou elétricos! Oxala eu consiga um trabalho nisso!