terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Dia do Engenheiro

Engenheiro que sou, descubro hoje no final do dia que dia 11 de dezembro e o dia do Engenheiro e da Arquitetura. Nao pude deixar de satisfazer minha curiosidade infantil e resolvi olhar o calendário. E interessante constatar que no nosso pais temos datas comemorativas tambem para o cerrado (11-set), caatinga (28-abr), apicultor (22-mai), dia do silencio (7-mai), dia do ipe amarelo (28-jun), da vovo (28-jul), etc. Para minha surpresa, tambem ha mais tres dias comemorativos para a engenheirada: 12-julho, dia do eng. florestal e 12-outubro, dia do eng. agronomo, 14-dez, dia do engenheiro de pesca.

O engenheiro agronomo, o florestal e o de pesca tem cada um dia pra si, apenas. Bom termos bastantes datas comemorativas para os engenheiros, mas se e assim, acho que faltam ainda pelo menos mais umas 9 (nove) datas comemorativas: civil, eletricista, eletronico, mecanico, naval, quimico, aeronautico, eng. de minas e eng. de computacao.

Parabens a nos, engenheiros!!!

Brazilian Ties - Laços

O filme brasileiro Laços ganhou o prêmio de melhor filme do Youtube. Vi e achei demais. Esse reconhecimento é mais uma prova, em meio outros exemplos de sucesso, de que brasileiro faz e faz bem muita coisa. No campo artístico, como ja foi dito aqui. Nos esportes, posso falar do sucesso da turma da vôlei e do futebol. Na indústria, posso falar da Vale do Rio Doce, da Petrobras e da Embraer. Estas três são empresas mundialmente reconhecidas.
Hoje em dia temos cada vez mais motivos para nos orgulharmos de sermos brasileiros!
Eu me orgulho.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

estupidez ilimitada

Copio abaixo mais uma do Calligaris porque gostaria que muitas pessoas pensassem a respeito.
Na coluna de hoje na Folha de SP ele trata de comportamento de grupos e, como de costume, ele aproveita para 'cutucar' em sentido amplo: criticar muitos e fazer o leitor pensar em contexto abrangente. Diplomaticamente ele consegue mostrar (uma das) bandas podres da sociedade brasileira (diplomacia que me falta, infelizmente).

é interessante a idéia de que "a inteligência humana tem limites, a estupidez não tem"!
Embora inicialmente possa transparecer a idéia de que as bestialidades em grupo fossem atenuadas pela natureza dos grupos, ao final ele deixa claro que não, que um grupo nao produz, apenas revela os bestiais.


CONTARDO CALLIGARIS

Quadrilhas de canalhas

Está com medo de tornar-se doméstica ou prostituta? Bata em pobres, índios e putas

EM POUCAS linhas, na Folha de sexta, dia 29 de junho, Eliane Cantanhêde descreveu perfeitamente o mundo no qual é possível que rapazes de classe média queimem um índio pensando que é "só um mendigo" ou espanquem uma mulher pensando que é "só uma prostituta". Provavelmente, não teria sido muito diferente se eles tivessem pensado que era só uma empregada doméstica.
É um mundo em que a permissividade é o melhor remédio contra a inevitável insegurança social. Nesse mundo, os pais fazem qualquer coisa para que seus rebentos acreditem gozar de um privilégio absoluto; esse é o jeito que os adultos encontram para acalmar sua própria insegurança, para se convencer de que eles mesmos gozam de privilégios garantidos e incontestáveis. Como escreveu Maria Rita Kehl no Mais! de domingo passado, nesse mundo, aos inseguros não basta ser cliente, é preciso que eles sejam clientes especiais.
Uma classe média insegura é o reservatório em que os fascismos sempre procuraram seus canalhas. Você está com medo de perder seu lugar e, de um dia para o outro, tornar-se índio, mendigo ou empregada doméstica? Pois é, pode bater neles e encontrará assim a confortável certeza de seu status. Aos inseguros em seu desejo sexual, aos mais apavorados com a idéia de sua impotência ou de sua "bichice", é proposto um remédio análogo. Você provará ser "macho" batendo em "veados" e prostitutas.
Há mais um detalhe: a inteligência humana tem limites, a estupidez não tem. Essa diferença aparece sobretudo no comportamento de grupo. Imaginemos que a gente possa dar um valor numérico à inteligência e à estupidez. E suponhamos que o valor médio seja dois. Pois bem, três sujeitos mediamente inteligentes, uma vez agrupados, terão inteligência seis. Com a estupidez, a coisa não funciona assim: a estupidez cresce exponencialmente. A soma de três estúpidos não é estupidez seis, mas estupidez oito (dois vezes dois, vezes dois). Quatro estúpidos: estupidez 16. Cinco: estupidez 32.
Curiosamente, essa regra vale até chegar, mais ou menos, a um grupo de dez. Aí a coisa tranca: a partir de dez, torna-se mais provável que haja alguém para discordar da boçalidade ambiente. Não porque, entre dez, haveria necessariamente um herói ou um sábio, mas porque, num grupo de dez, quem se opõe conta com a séria possibilidade de que, no grupo, haja ao menos um outro para se opor junto com ele.
Esse funcionamento, por sua vez, decai quando o grupo se torna massa. É difícil dizer a partir de quantos membros isso acontece, mas não é preciso que sejam muitos: um grupo de linchamento, por exemplo, pode desenvolver toda sua estupidez coletiva com 20 ou 30 membros.
Em alguns Estados dos EUA, é permitido dirigir a partir dos 16 anos. Mas, em muitos condados desses Estados, vige uma lei pela qual um jovem, até aos 21 anos, só pode dirigir se houver um adulto no carro. Pouco importa que esse adulto seja habilitado a se servir de um carro. O problema não é a perícia do motorista, mas o fato estatístico de que três, quatro ou cinco jovens num mesmo carro constituem um perigo para eles mesmos e para os outros: o grupo de "amigos" potencializa a estupidez de cada um, muito mais do que sua inteligência. Talvez seja por isso, aliás, que, para o legislador, a formação de quadrilha é um crime em si.
Qualquer pai de adolescente reza ou deveria rezar para que seu filho encontre rapidamente uma namorada e passe a sair na noite com ela, não com a turma dos amigos. Pois a turma é parente da gangue.
Como se sabe, o pai de um dos cinco jovens que, na madrugada do dia 23 de junho, na Barra da Tijuca, espancaram Sirlei Dias de Carvalho Pinto, comentou, defendendo o filho: "Prender, botar preso junto com outros bandidos? Essas pessoas que têm estudo, que têm caráter, junto com uns caras desses?". É o desespero de quem sente seu privilégio ameaçado: como assim, tratar a gente como qualquer um?
Não éramos "clientes especiais"?
Mas as frases revelam também a distância entre o filho que o pai conhece em casa (o filho que teria "caráter") e o filho que se revela na ação do grupinho (esse filho não tem "caráter" algum).
O que precede poderia ser entendido como uma atenuante, tipo: eles agiram assim não por serem canalhas, mas por estarem em grupo. Ora, cuidado: o grupo não produz, ele REVELA os canalhas.

ccalligari@uol.com.br

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Reciclagem

Mais uma da seção "lido e repassado". Um dos grandes problemas ambientais causados pela humanidade é a criação de plásticos e a sua reutilização. O que se fala é que uma garrafa PET demora algo em torno de 500 anos para se degradar, se dispensada na natureza. Parece que uma empresa nos Estados Unidos está reciclando plástico de uma forma diferente, quebrando suas moléculas com microondas e tendo como produto desse processo, óleo e "gás combustível".

terça-feira, 19 de junho de 2007

Marta ex-Suplicy, a gozadora!

Muito bem, muito bem... depois sou eu que pego no pé dessa ilustre senhorita. Pelo menos não fui eu quem começou a reclamar da sua posição em relação aos nossos problemas aeroportuários. Felizmente a Internet ainda está "livre de censura" e as opiniões e demonstrações públicas de insatisfação, ainda podem ser realmente públicas.

Essa pessoa, ainda desconhecida, poderia fazer facilmente parte do "Útil Sarcasmo", pela sua simplicidade e criatividade. Olhem aqui e façam também a sua "gozadinha" com a cara dela! Sinceramente, "Relaxa e goza"? É por isso que o número de filhos da classe baixa é tão grande, eles seguem o conselho incompleto da nossa senhorita, vinda de uma classe tão diferente da deles!

Esqueçamos do governo, dos impostos, dos bandidos e por ai vai! Acho que deveríamos todos fazer uma "gozação" pública em Brasília, e chamá-los para nos acompanhar na "fiesta"!

Updade 20/06: O grande número de visitas do site, devido à citação acima neste blog, fizeram com que a banda da conta tenha sido suspensa... que pena... quem sabe no mês que vem! ;-)

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Brésil à la tele

Como o Caju levantou a âncora, aproveito o embalo...

Os amigos sabem bem como eu sou (tao pouco) chegado à uma TV.
Aqui na França isso nao mudou muito, porque a quase totalidade dos programas nao passam de idiota, o mesmo que acontece no Brasil (e provavelmente no resto do mundo).
No entanto, depois de boa garimpada achei uns bons programas: Além do canal ARTE, que é uma parceria franco-alema e se assemelha à TV Cultura de SP, aprendi que os franceses fazem uns programas de reportagens jornalisticas excelentes.
Sao reportagens e documentarios coerentes e profundos, que valem a pena ser vistos, sobre os assuntos mais diversos, e que se passam em todos os cantos do mundo. Embora em alguns casos as reportagens nao passam de mediocres, algo como o Globo Reporter brasileiro, em geral o nivel é muito superior.
Um desses programas chama Thalassa (aqui) e aborda assuntos ligados ao mar (ou à costa), com forte componente humano. é exibido na sexta-feira a noite. Hoje, depois do Thalassa mantive um olho na TV e outro no PC e um detalhe me chamou a atençao: Como o Brasil esteve presente!
No Thalassa passou um pesquisador brasileiro que escala arvores no meio da floresta; depois passava um programa no ARTE.tv sobre a grande exposiçao 'Documenta 12' de arte contemporânea que acontece na cidade de Kassel, na Alemanha. O programa mostrou um artista brasileiro, mais tarde mostrou um arquiteto carioca e um monte de coisas das favelas. Mais à frente, mostrou varias coisas de uma artista brasileira qualificada de 'estrela no Brasil', de nome Iole de Freitas. Tudo isso no meio de artistas de varias partes do mundo. Foi uma overdose de Brésil!
Se eu nao o conhecesse, ja imaginaria que o Brasil fosse uma efervessência cultural unica no mundo...

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Relaxa e Goza, Marta!!!

No início desta semana, um individuo qualquer desavisado que procurasse conteudo sexual na internet poderia encontrar facilmente a notícia da célebre declaracao de Marta Suplicy (que já não é Suplicy há anos...), onde a mesma, ao fim de uma entrevista pronuncia a frase: "Relaxa e goza porque você esquece todos os transtornos depois".

Um desavisado pode pensar: "Nossa, mas isso pode ser dito por uma sexologa!". Obviamente que sim, mas nao vamos esquecer que estamos no Brasil. Esta frase foi dita ao final de uma entrevista coletiva a respeito do "Apagão aéreo", pela então atual Ministra do Turismo. Dá pra ver o respeito despendido aos milhares de passageiros e turistas, brasileiros e extrangeiros, que visitam nosso país.

Louvavel foi a declaracao do senador Jefferson Peres: "O que ela fez foi impensável. E não vem com essa que foi frase impensada. Foi desprezo de quem sobe e desce na base [aérea], em avião da FAB [Força Aérea Brasileira] e não enfrenta fila". "Eu perguntaria à dona Marta se junto com a nota [com pedido de desculpas] ela assinou a carta de demissão". Claro! Claro que não! E provavelmente nao deixará o cargo tão cedo.

O triste é pensarmos: será se outros líderes não pensam exatamente assim, ou pior? Isso só acontece no meio público?

sexta-feira, 9 de março de 2007

visita paulistana

A simpatica e barata visita do Bush (alguém arrisca o custo? uns 15 milhões do governo brasileiro e mais uns 20 milhões de prejuizo rateado pelos paulistanos que não puderam trabalhar por dois dias...) gerou varios comentarios na midia. Como sempre, muita bobagem, mas cito os dois melhores que li: um no blog do Gabeira aqui e outro do Serra na Folha de hoje aqui para assinantes.
O Gabeira não precisou de muitas palavras para situar corretamente e globalmente a visita.
O Serra, também de forma acertada, apresenta outro ponto de vista, o de chefe de estado anfitrião com foco desenvolvimentista.
Ambos valem uma passada!

Mulheres

Aproveitando
que ontem foi o dia internacional da mulher,
que nossa discussão sobre a sexualidade pública rendeu (em artigo do Joe, aqui),
que ontem saiu bons artigos sobre a mulher na imprensa (no meio de muitas bestialidades publicadas),
e que que ontem escrevi sobre isso no Grula...
Vejam:
Se ainda não leram, ontem saiu na Folhaonline artigo reproduzindo a BBC que comenta pesquisa feita por duas instituições que mostram a participação da mulher em cargos gerenciais em diferentes países.
Foi muito interessante ver quantificado algo que eu percebia qualitativamente: como a participação das mulheres na sociedade européia é arcaica!
Embora os europeus sejam, na média, mais 'civilizados' ou 'evoluidos' socialmente, as mulheres restam ainda confinadas a papéis ridículos, como na Alemanha com o trio 'filhos, cozinha e igreja', ou na França (e na Italia?) com um papel complementar e 'decorativo' (embora mais exposto socialmente) .
Vejo que isso está mudando, mas como a cultura no velho continente é muito mais sólida, a inércia é muito maior.
Lembro logo das críticas corriqueiras no Brasil sobre a exploração da imagem de 'mulher bunda', rebolados e coisas que tais... Posso dizer que isso não acontece por aqui por um motivo simples: as mulheres não têm bunda! Porque de resto, a exploração da imagem é a mesma, embora migre para uma tal 'beleza' ou 'charme'.
As pesquisas mostraram que a participação da mulher brasileira na sociedade é das mais desenvolvidas, perdendo apenas para as Filipinas, enquanto as européias têm um papel dos mais restritos.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Marta ex-Suplicy, a educadora!

O nosso ilustríssimo e "querido" presidente acabou de recuperar alguns poucos dos milhões de pontos que já perdeu comigo ao comentar com paridários que gostaria que a seguinte informação fosse passada aos demais. Vai deixar a ex-prefeita de São Paulo sem emprego na Esplanada dos Ministérios. Parece-me que alguns petistas estariam tentando forçar a entrada da vag****** para a pasta no Ministério da Educação. Aqui entre nós, só se existisse uma pasta chamada de "Ministra da Educação Sexual". Nem mesmo no Ministério das Cidades que está sob o comando do PP. Aqui entre nós... Praquê as cidades precisam de um ministério se já existem os prefeitos e toda uma parafernalha extra?

A sua decisão estava aparentemente tomada, mas a liberação da informação é que foi feita em doses homeopáticas para evitar confusões internas no partido. Em reuniões o presidente diz que "não sabe o que fazer com Marta". Bem... eu sei, mas não vou falar! Hahahahaha

Vamos ver como acabará essa história. E porque os partidários da vag****** estão tão interessados num ministério? Ora... pq todos, menos ela, percebem que na próxima eleição para a prefeitura de São Paulo em que ela provavelmente sairá candidata, não tem a menor chance, mesmo que seja contra o "Topo Gigio".

Como a quantidade de leitores deste Blog não para de crescer, vamos ver se os **** me deixam fora da ira da irritadinha ex-prefeita, ex-Suplicy, ex- etc! Só não é ex-vag******

Update: 26/02/2007
Pois é, afinal, não daria para esperar muita coisa mesmo... Parece que vai rolar Marta ex-Suplicy para o Ministério das Cidades. Resumo da história: Um ministério tão dispensável quanto a ministra. Um casamento perfeito!

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

nossos vieses

A coluna do CCalligaris de hoje na Folha é muito boa e a copio abaixo para quem não conseguir acessar o original (aqui).
Usando como exemplo os políticos brasileiros (excelente ilustração!), ele fala de quão emocional são nossos raciocínios racionais. Pesquisas recentes mostraram que 'nossa razão' é totalmente cozinhada afetiva e emocionalmente :-)
De nós, os 'mais racionais' não passariam de os 'mais apaixonados'?
Não sei nada, afinal, como diz o Calligaris, o melhor que teríamos a fazer seria 'desconfiarmos das nossas idéias, sobretudo quando nos sentimos particularmente satisfeitos com o entendimento da realidade que elas nos proporcionam'...

De rebarba (como sempre, aliás) ele aproveita para estampar uma crítica feroz, que neste caso foi para a qualidade dos auxiliares dos nossos políticos.


CONTARDO CALLIGARIS

Raciocínios "motivados"


Qual deveria ser a função principal dos auxiliares de nossos representantes eleitos?

É BANAL reconhecer que mesmo nossos pensamentos mais racionais são parasitados por afetos e emoções. Ou seja, uma boa parte de nossos raciocínios são, de fato, "wishful thinking", meditações motivadas pelo desejo.
Em 2002, aliás, um psicólogo, Daniel Kahneman, ganhou o Prêmio Nobel de Economia por trabalhos que mostram como os agentes econômicos (investidores, consumidores etc.) acreditam obedecer, em suas escolhas, a critérios racionais (utilidade, lucro, interesse), mas, de fato, são levados por emoções que eles desconhecem e que os impedem de calcular corretamente os riscos de seus atos.
Outros pesquisadores chegaram mil vezes a conclusões parecidas analisando pensamentos políticos, nos quais a racionalidade é seriamente ameaçada por afetos e emoções. Isso, claro, sem que o sujeito pensante se dê conta da interferência.
Recentemente, o "Journal of Cognitive Neuroscience" (revista de neurociência cognitiva, 18:11, 2006) publicou uma pesquisa, de Drew Westen e outros, que, pela primeira vez, comprova "materialmente" o peso das motivações afetivas e emocionais em nossos pensamentos.
Os sujeitos da amostra deviam julgar, por exemplo, uma explicação fornecida por um político. Enquanto decidiam se a explicação lhes parecia plausível ou não, seu funcionamento cerebral era monitorado por ressonância magnética.
Embora os sujeitos jurassem que eles estavam decidindo fria e racionalmente, suas escolhas implicavam uma intensa atividade de zonas cerebrais classicamente envolvidas na regulação afetiva, na defesa psicológica e no "viés de confirmação".
O "viés de confirmação" é um funcionamento psíquico freqüente (e catastrófico) no diagnóstico médico, no discurso político e nas brigas de casais. Ele consiste no seguinte: o sujeito procura ativa e seletivamente (embora de maneira inconsciente) dados que confirmem sua hipótese ou o seu preconceito iniciais. O prazer de ter razão prevalece sobre argumentos e informações, produzindo cegueiras.
Com a pesquisa de Westen, as neurociências afirmam algo que a psicologia (social e clínica) sabe há tempo: nosso raciocínio é influenciado por afetos implícitos que nos levam a "minimizar estados afetivos negativos e potencializar estados afetivos positivos". A gente pensa e escolhe não no interesse da verdade, mas para sentir-se bem. O próprio Westen reconhece sua dívida mais antiga: "Freud descobriu esses processos há décadas, usando o termo "defesa" para descrever os processos pelos quais as pessoas adaptam seus resultados cognitivos de maneira a evitar sentimentos desagradáveis como angústia e culpa".
O que fazer com isso? É possível desistir da verdade, considerando que o mundo é um vasto teatro em que as subjetividades se enfrentam e que o que importa é apenas a versão de quem ganha a luta (retórica ou armada).
Ou, então, talvez seja possível amparar a verdade, preservá-la de nossas próprias motivações. Podemos, por exemplo, desconfiar de nossas idéias, sobretudo quando nos sentimos particularmente satisfeitos com o entendimento da realidade que elas nos proporcionam. Pois a verdade (com o curso de ação que, eventualmente, ela "impõe") é geralmente pouco gratificante e de acesso trabalhoso.
Um exemplo. Nossos deputados não precisam ter uma competência específica: o essencial, em princípio, é que sejam dignos de nossa confiança. Imaginemos que sejam. O orçamento prevê que cada deputado disponha de 25 auxiliares.
Sem dúvida, os eleitos precisam de secretários, motoristas e mesmo de marqueteiros, mas, antes de mais nada, para poder legislar, eles precisam de dados e informações corretas. A arte de um legislador eficaz está na sua capacidade de apreender a realidade para tentar melhorá-la, não na qualidade retórica que é a praga habitual do discurso político (geralmente animado por vontade de seduzir e viés de confirmação).
Portanto, um deputado deveria dispor de pesquisadores qualificados (por exemplo, jovens mestres e doutores das áreas jurídica, socioeconômica e científica), capazes de encontrar rapidamente, sobre cada assunto debatido, a literatura essencial e de resumi-la, traduzi-la e apresentá-la de maneira que o representante vote conhecendo (de verdade) a questão em pauta.
Pergunta: quantos dos auxiliares de nossos representantes respondem a esse critério básico?

ccalligari@uol.com.br

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

span dirigido?

Sera que vocês ja viram isso?
Estou reparando que tenho recebido spans relativos a buscas que fiz na internet:
Ontem busquei no google a palavra 'cahen' (sobrenome de um cara). Hoje tenho span originario de 'cohen'.
Antes disso: tenho buscado coisas sobre analise técnica, e tenho recebido spans relativos a isso. Embora tome todos os cuidados para não passar meus dados.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

O Lula vai trabalhar na terça-feira?

Pois é, acredito que o princípio do Wikipédia é bom, mas um pouco utópico. Sobre referenciá-lo como fonte confiável, isso vale para qualquer referência! Para quem é do meio acadêmico, sabe que há congressos caça-níqueis, inclusive alguns de renome! Porém, referenciar algo que pode sofrer alteração no conteúdo, bem, isso é beeeem complicado!

Mas sobre o carnaval, o que define um feriado como oficial? A lei, como tudo!

Por exemplo: pessoas jurídicas devem somente fazer o que está na lei, por isso o Nome: jurídica. Já as pessoas, é o contrário: você pode fazer o que não está na lei, ou quase isso...

Então, como o feriado não é reconhecido pelo governo, uma empresa (pessoa jurídica) pode descontar o dia de salário do funcionário que faltar, pois não há motivo para a falta. Porém, se o feriado estiver na lei, a empresa DEVE manter o salário do funcionário.

Acredito que algumas cidades perceberam que não havia feriado e o oficializaram, mas e nas outras que não há nada oficial? E nos estados? E no âmbito federal? O Lula vai trabalhar terça-feira?

E ele começou a falar....

Eu não sei se devo achar graça ou aplaudir o discurso do Sr. Paulo Maluf na câmara. Chega a ser engraçadíssimo o mesmo prometer um projeto de lei prevendo penas "severas" aos sonegadores!

Bem, loucuras a parte, tenho que aplaudir a sua posição quando a pirataria, direitos autorais, lucros e impostos. Infelizmente o texto completo ainda não está disponível no site da Câmara dos Deputados.

Mais informações aqui.

A informação na Internet é confiável?

Tenho pensado bastante nisso ultimamente, principalmente pela existência da Wikipedia. Tudo bem, como o Blog não é direcionado para Tecnologia... A Wikipedia é um tipo de enciclopédia preenchida por Internautas, ou seja, se você procura alguma informação sobre um assunto, pode ser que encontre lá, e se não encontrar, você pode escrever sobre aquilo depois que fizer a sua pesquisa. Dessa forma, as próximas pessoas terão aquelas informações disponíveis. Acesse em português e inglês.

Ah sim, os artigos podem ser complementados por outras pessoas... Aquilo é maravilhoso, uma fonte localizada de informações, todo o mundo colaborando para o conhecimento! E ai começa o problema... Será que as informações são coerentes? Posso dizer que na sua grande maioria são sim, e muito interessantes também, mas há casos clássicos e interessantes de brigas sobre o que será informado. Para nós brasileiros, por exemplo, algum tempo atrás as informações sobre a XUXA, isso mesmo, a nossa Rainha! Bem.. se é nossa Rainha, só pode ser esposa do Roberto Carlos, o cantor! hahaha

Bem, deixando a brincadeira de lado, as descrições sobre a participação da mesma no famoso filme "Amor, estranho amor" eram atualizadas e diariamente, onde o filme era simplesmente citado, até em outros momentos onde ela era a própria Sylvia Saint tupiniquim!

O problema disso tudo é que alguns alunos começaram a colocar a própria Wikipedia como referência para seus trabalhos escolares, e aqui eu pergunto: "É bom deixar os alunos referenciarem a Wikipedia em seus trabalhos, em detrimento de uma pesquisa fundamentada em fontes confiáveis e tradicionais?". Tentando responder ao POST anterior do Ricardo dobre o Carnaval, encontrei no site de uma universidade em São Paulo, não confundir com "Universidade de São Paulo", pelo amor de Deus, uma referência para a Wikipedia sobre o Carnaval. E ai? Como ficamos? E ainda fala que é feriado nacional. Quem está certo, o "Ricardo do Blog" ou a "Universidade Metodista"? ;-)

Segue o link. http://www.metodista.br/agenda/2007/fevereiro/feriado-nacional

Você sabia que Carnaval não é feriado?

Meu amigo Joe Schmo sempre se mostrou um tanto inconformado com a quantidade de feriados no Brasil...de um tempo para cá, eu também comecei a ter a mesma sensação, principalmente quando dependemos de serviços de terceiros: entregas que atrasam, lojas que fecham (ou seja, um dia a menos girando dinheiro na economia), etc...ok ok ok...turismo gera muito dinheiro, principalmente o carnaval, um feriado que, para muitos, dura até quarta-feira, mas acredito que não tanto quanto a maioria das indústrias desligadas, escritórios fechados, menos pessoas nas ruas consumindo, logo, menos serviços sendo prestados, e assim vai...

Não sou contra feriado, porém, vejo que as coisas estão ficando desequilibradas. Este ano teremos um feriado no dia 15 de novembro e logo em seguida dia 20 de novembro será feriado também. Assim, teremos um feriado na quinta-feira e outro na terça, ficando a sexta e segunda "perdidas", pois muitos não irão trabalhar nestes intervalos de dias úteis. Na quarta-feira, dia 14, esquece, muitos já vão no clima "ah, semana que vem eu faço, hoje é véspera de feriado..."

O fato é que carnaval NÃO É FERIADO! Descobri isso, pois fiquei curioso sobre por que terça-feira de carnaval era feriado. Com algumas simples pesquisas, constatei que o carnaval é um feriado decretado pela própria população. Bem, acredito que ele seja mais legítimo que muitos outros feriados fabricados que literalmente travam o país.

Na verdade, o que mais me incomoda em feriado é que a maioria não sabe o porquê do feriado: alguém comemora o 15 de novembro? E o 07 de setembro? Eu não gosto da política dos EUA, mas uma coisa respeito neles: o patriotismo, pois 04 de julho eles realmente comemoram pela data e não pelo fato de não irem trabalhar. Acho que muitas vezes vejo os brasileiros repudiam feriados nacionalistas e atos relacionados ao patriotismo devido a herança negativa que a ditadura deixou associada a eles.

Mas, voltando ao tópico, por que temos tanta febre por feriado? Talvez por não termos os nossos direitos oficiais respeitados: "Férias? Ah, não posso tirar por que perco o emprego". "Falta justificada por que trabalhei na Eleição? Fica chato...", "Mas eu planejei essas férias a mais de Ano!" "Não interessa, sou seu chefe e o projeto tem de ser finalizado!" ...

O que acontece é que os funcionários sempre estão em busca de brechas, seja feriado, seja almoços mais longos, solução de problemas pessoais no horário de almoço...será que o Brasileiro não produziria mais se soubesse que só deveria trabalhar pelo que é pago ? (hora extra remunerada? No Brasil? HAHAHAHAHAHAHA, eu achava que a escravidão tinha acabado em 13/05/1888!)

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

hipocrisia carcerária

O Calligaris hoje na Folha (aqui) fala de como somos hipócritas com a questão das Febems e critica o Estatuto da Criança e do Adolescente. Ele traz para isso argumentos científicos sobre saúde mental que agregam valor à discussão popular que voltou à moda com as últimas violências midiáticas.
Ele explica porque nossa mania de imputar a culpa pela violência na desigualdade social é hipócrita, e diz que a desigualdade social pode levar a crimes leves contra o patrimônio, mas que não pode causar infrações graves (homicídio, estupro e latrocínio).
Como eu falara no post anterior 'o bode', 'o buraco é bem mais embaixo'. O Calligaris mostra que a sociedade moderna parece longe de saber resolver a questão!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

o bode

Na coluna 'Procura-se o bode expiatório!' a Eliane Cantanhêde faz uma boa crítica a esses arroubos midiáticos-populares cíclicos, que tanto fazem vender jornais quanto dissipar a energia do povo.
Eu, além de concordar com ela, tenho que fazer uma ressalva: embora ela deixe claro no final do texto que a responsabilidade é nossa, de todos, ao longo do texto sua ênfase foi de que o culpado seria o Estado. E culpar o Estado, como sabemos, é conversa pra boi dormir!
Se não é facil assumir a responsabilidade pelo que acontece na nossa sociedade, muito mais difícil é agir para resolver os problemas. Mas não conheço outro caminho!
Mais uma coisa: falamos sempre das desigualdades sociais como origem de vários problemas. O racíocinio está correto, mas tenho que lembrar duas coisas:
  1. Embora a desigualdade social brasileira seja escandalosa e insustentável, alguma desigualdade existirá sempre, porque isso é da nossa natureza e é assim em todas as culturas;
  2. a desigualdade não explica tudo, ou seja, se eliminássemos a desigualdade continuaríamos tendo os mesmos problemas, embora em menor grau. Se quisermos maiores melhorias, teremos que tratar de outras coisas, como a saúde mental das pessoas...

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Transsexualidade

Dando início a seção "Dicionário do submundo"...

Transsexual: Indivíduo que não se sente bem com o seu corpo e gostaria de ter um corpo do sexo oposto. Não está restritamente ligada a homossexualidade, ou seja, não é obrigatoriamente interessado por indivíduos do mesmo sexo.

Exemplo: Um homem que gostaria de ser lésbica! ;-)

alô, câmbio!

Apareceu na Folhaonline hoje uma série de três entrevistas com economistas de diferentes vertentes, todos respondendo a uma mesma série de perguntas sobre a taxa de câmbio brasileira e suas implicações nas outras variaveis (Selic, comércio exterior, PIB, dividas...). Vale uma lida para entender as argumentações e compreender melhor essa questão - o que é dificil apenas lendo as maiores ou menores bobagens que os jornalistas escrevem a respeito.
entrevista com Alexandre Schwartsman, do ABN Amro, sobre câmbio - 13/02/2007
entrevista com Octavio de Barros, do Bradesco, sobre política cambial - 13/02/2007
entrevista com João Sicsú, da UFRJ, sobre a política cambial - 13/02/2007

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Porque técnicos ganham menos que executivos

O mesmo besteirol de sempre, mas... é bom pra pensar um pouco!


Engenheiros, Cientistas e Técnicos quase nunca ganham tanto quanto seus executivos.

Vejamos uma rigorosa prova matemática que explica porque isto é verdade:

Postulado 1: Conhecimento é Poder.

Postulado 2: Tempo é Dinheiro:

Como todo engenheiro sabe, Poder, ou Potência = Trabalho / Tempo

Uma vez que Conhecimento = Poder, ou Potência, e Tempo = Dinheiro, temos que Conhecimento = Trabalho/Dinheiro

Resolvendo a equação para Dinheiro, temos que: Dinheiro = Trabalho/Conhecimento

Então, a medida que o conhecimento tende à zero, o Dinheiro tende à infinito, independente do trabalho efetuado!


Conclusão: Quanto menos você sabe, mais Dinheiro você ganha!

Retirado de: www.technacular.com

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Mais sobre pesquisa...

Na mesma linha sobre pesquisas, a notícia de nosso mais novo governador explica também por que tantos pesquisadores brasileiros saem do Brasil e vão para a Europa. Lá o que um pesquisador europeu acha ruim, os daqui podem achar que é muito melhor do que eles têm (principalmente do ponto de vista de perspectiva)...

A notícia segue no final da mensagem, mas alguns pontos que me perguntei após lê-la:

- O governador abusou do poder por não avisar do corte?

- O corte, apesar de abrupto, pode fazer com que as universidades tomem atitudes de corte de custos desnecessários?

- Porém, o que é desnecessário do ponto de vista de quem fará os cortes?

- Cortar salário de funcionário público é ilegal, então o que será cortado? Material do hospital universitário, como a Unesp fará?

- Ou corte de assinaturas de periódicos? Hum, menos uma porta para os pesquisadores...

- As universidades estão gastando realmente mais do que deveriam (ponto de vista do governador) ou recebem menos do que deveriam (ponto de vista dos reitores)?

As três universidades cresceram, expandiram, abriram mais vagas, não era de se esperar que o custo subisse? Além dos custos que envolvem os ativos, muitos funcionários estatutários (principalmente professores) se aposentaram com salário integral (se isso é correto, é assunto para outro post), e, por lei, a receita das universidades devem pagar por isso.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u19318.shtml

01/02/2007 - 09h09

Serra retém verba da USP, Unesp e Unicamp

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FÁBIO TAKAHASHI

da Folha de S.Paulo

Pela primeira vez desde a obtenção da autonomia universitária, em 1989, o governo estadual paulista reteve, neste ano, recursos destinados à USP, à Unesp e à Unicamp. A contenção de verbas feita pelo governo José Serra (PSDB) ocorreu de duas formas. Uma delas foi por meio da suspensão do repasse mensal para as instituições.

Em uma das suas primeiras medidas após tomar posse, Serra determinou o contingenciamento (reter temporariamente parte do Orçamento) de 15% do custeio e 100% dos investimentos dos órgãos do governo. Em contingenciamentos anteriores, inclusive no do ano passado, as universidades não sofreram com a medida.

A outra retenção ocorreu por meio da diferença que deveria ser repassada referente à arrecadação de dezembro do ICMS (principal imposto paulista). Mensalmente, as três escolas recebem 9,57% da previsão da arrecadação do ICMS. Caso o arrecadado seja maior do que o previsto, o governo paga a diferença no mês seguinte. Em janeiro deste ano, o dinheiro não foi repassado integralmente.

Devido às duas ações do governo, a Unesp recebeu apenas R$ 2,4 milhões dos R$ 12,7 milhões no último dia 22. A instituição afirma que teve de usar suas próprias reservas para pagar despesas com o hospital universitário, bolsas e aquisição de material. Já a Unicamp recebeu R$ 5,5 milhões a menos e teve de cortar compra de materiais e a assinatura de periódicos.

A USP informou uma perda de R$ 11,5 milhões e afirmou que ainda avalia tal impacto. O secretário de Ensino Superior, José Aristodemo Pinotti, disse que o contigenciamento é pequeno e que trabalha para revertê-lo.

Para o coordenador do curso de administração pública da Unesp (Araraquara), Álvaro Guedes, não há impedimento jurídico para que o governo faça contingenciamento. "Mas é um sinal de que o tratamento vip às universidades irá parar."

Conselho

Outra mudança que teve impacto negativo nas universidades foi o fato de os reitores não predominarem mais no Cruesp, conselho que os representa. Até então, o conselho era formado pelos três reitores, sendo um presidente, e os secretários de Ciência e Tecnologia (ao qual às escolas eram vinculadas) e o de Educação. Com a criação da Secretaria do Ensino Superior, o conselho passou a ter três secretários e três reitores, sendo que a presidência passou para o titular da pasta de Ensino Superior.

Uma das principais medidas discutidas no Cruesp são os reajustes salariais. Ontem, Pinotti disse à Folha que não será mais o presidente do órgão -o posto voltará a ficar com os reitores. Antes de saber da decisão, o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, afirmou que "houve uma redução da autonomia com a perda das prerrogativas dos reitores no Cruesp". Sobre as medidas financeiras, ele disse: "O contingenciamento abre um precedente perigoso na gestão das universidades".

Já o vice-reitor em exercício da Unesp, Herman Jacobus Cornelis Voorwald, concorda que há o risco de a autonomia ser afetada. "A mudança do modelo de autonomia, iniciado em 1989, coloca em risco a manutenção da qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão nas três universidades", disse. A reitora da USP, Suely Vilela, declarou que "as mudanças propostas pelo governo mostram pontos fundamentais que precisam ser aperfeiçoados".

Outro lado

O secretário de Ensino Superior, José Aristodemo Pinotti, afirmou que o contingenciamento 'é pequeno' e negou que haja intenção de alterar a autonomia das universidades.

A reportagem procurou também a assessoria do governador José Serra (PSDB), que disse que apenas o secretário Pinotti responderia às questões.

Sobre o contingenciamento das parcelas mensais às universidades, o titular da pasta disse que o governo tomou cuidado para que a medida não atingisse a folha de pagamento, responsável por 90% das despesas dessas instituições.

'Por isso esse contingenciamento não tem tanta importância. Mesmo assim, estou negociando com [as secretarias da] Fazenda e Planejamento para que isso não ocorra', disse.

Sobre o repasse da diferença da arrecadação do ICMS, Pinotti afirmou que não pôde destinar integralmente os recursos porque o Orçamento 2007 não foi aprovado.

Dessa forma, essa transferência teve de seguir a lógica da distribuição das cotas mensais --ou seja, o pagamento de apenas 1/12 do valor a cada mês.

A assessoria de imprensa da Unesp afirmou que, em outros anos, mesmo com o Orçamento ainda não aprovado, não havia retenção desses recursos, devido ao fato de a verba já ter sido aprovada na lei orçamentária do ano anterior (no caso em questão, de 2006).

A Secretaria de Ensino Superior declarou que desconhece tal fato e afirmou que só poderá repassar a verba integralmente quando ela constar do Orçamento 2007 e ele for aprovado na Assembléia Legislativa.

Com relação ao temor de que haja uma mudança na autonomia universitária, Pinotti negou tal intenção. 'Para que isso fique mais claro, pedi que o governador me retire da presidência do Cruesp. A decisão deve ser publicada no 'Diário Oficial' amanhã [hoje].'

A reitora da USP, Suely Vilela, foi avisada ontem que voltará a chefiar o conselho. A presidência tem vigência de um ano e é alternada pelos reitores.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

la recherche

Acabo de ver uma reportagem na TV sobre a situação da pesquisa na Europa, comparando-a com o que se passa nos EUA. Embora este programa jornalistico não possa ser consederado muita coisa além de um indicio da situação, vale a intriga, especialmente para nos!
Eles mostraram que a pesquisa cientifica passa por uma grande pindaiba aqui na Europa em geral, incluindo Alemanha, e principalmente na Italia (alô Sailto!). Nesses paises o gasto em P&D esta na casa dos 2% do PIB, embora cada um tenha acordado na União Europeia gastar 3%... De fato não tem milagre!
Eles mostram que muitos pesquisadores europeus foram para os EUA ou para a Finlândia, onde não tem faltado recursos materiais para a pesquisa.
Ha tempos eu ja tinha visto que a França passa por situação semelhante do Brasil nessa area, com centros de pesquisa fracos e um monte de doutores desempregados ou fazendo 'bicos' para sobreviverem.
Mesmo sabendo que uma situação critica numa academia brasileira é diferente de uma situação critica em uma academia alemã, da pra ver que as perspectivas para um pesquisador europeu não estão muito melhores do que se passa no Brasil, pelo menos nos grandes centros.
Talvez a grande oferta que ando vendo no site da Poli para pesquisadores latino-americanos virem para universidades européias seja um indicio de que eles estão precisando recorrer a mão de obra mais barata ou menos exigente para continuarem tocando o barco...
Outra coisa: como ai, a pesquisa no velho continente é bancada pelo Estado, e a integração com o meio empresarial é igualmente dificil.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Modelos, comida e governantes. Tudo haver !

Essa agora foi boa, digna de ser colocada no hall das “Notícias Bizarras”.

Após tanto responder sobre as suas gordurinhas, a Caroline Ribeiro levanta mais uma obrigação para os nossos governantes eleitos: “O problema é que os governantes não estão nem aí para as modelos. Eles deviam fazer campanhas alertando sobre a qualidade de vida dessas garotas, pois nós fazemos a nossa parte”.

Tenha paciência, a garota até faz com que eu ache que nossos digníssimos políticos estejam sendo injustiçados... Por que será?

Pode ser lida aqui.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

haja dinheiro

Uma pesquisa revelou quantitativamente o que sabiamos qualitativamente:
Comprar um eletrônico no Brasil é carissimo!
Eles compararam o custo em us$ do iPod Nano em 26 paises e o Brasil tem o maior preço ao consumidor em todo o mundo! Vi a lista dos paises aqui.
Por quê isso?
Certamente que entre as causas estão os altos impostos brasileiros, mas isso não é tudo!
Em casos semelhantes entra ainda a GORDA parcela do importador/distribuidor brasileiro, muitas vezes com exclusividade.
Mas em alguns casos, onde a importação e distribuição é feita por filial da propria matriz, a causa principal é a política de preços da companhia, como parece ser este o caso da Apple!
Lembro do meu Palm comprado na Alemanha muitos anos atrás: a política da Palm para o Brasil era tal que simplesmente não valia a pena comprar fora, ou seja, o preço em us$ era muito próximo cá ou lá.
Não é atoa que a Palm 'ganhou o Brasil' e a Apple até hoje nunca conseguiu vender computadores no mercado brasileiro (claro que sempre existem exceções bizaras).
Neste caso, torço para que concorrentes brasileiros ou chineses quaisquer tomem o mercado dos famosos tocadores portateis!

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

o buraco das empreiteiras

ainda sobre o buraco de Pinheiros, não resisti e copio um artigo muito bom e com outro ponto de vista, comentando a incompetência das empreiteiras na gestão da crise.

Pergunta aos companheiros: sera que posso copiar um artigo aqui?
O artigo (aqui para assinantes) copiei no blog do Josias e coloco a seguir porque o tal blog não tem um link para o artigo:

ELIO GASPARI

O apagão das empreiteiras
O descaso com os familiares dos mortos não teve nada a ver com a chuva. Sem informação, eles viam as viaturas do IML

DEPOIS DO apagão das companhias aéreas, veio o apagão das empreiteiras. As cinco maiores construtoras de obras públicas do país desmoronaram às margens do rio Pinheiros, em São Paulo. Como no caso dos aeroportos, desmoronou a capacidade das empresas de falar sério e de manter uma relação respeitosa com a população.
O consórcio da obra do metrô paulista é formado por cinco empresas de engenharia que juntas faturam anualmente US$ 3,5 bilhões. São gente grande: Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e OAS. Demoraram um dia inteiro para falar do desastre e, quando o fizeram, passaram a responsabilidade às chuvas do Padre Eterno.
Ofendendo a inteligência alheia, disseram também o seguinte:
"O Consórcio Via Amarela lembra que, apesar da qualidade do projeto e dos cuidados na execução da obra, trata-se de atividade classificada no grau de risco 4, o mais alto na escala de risco do Ministério do Trabalho".
Só um dos mortos no desmoronamento tinha relações trabalhistas com as empreiteiras. Os demais eram transeuntes que, de acordo com qualquer escala de perigo, deveriam correr risco zero ao andar numa rua da cidade. Se um diretor da Odebrecht (líder do consórcio) estivesse a caminho do psiquiatra na rua Capri e terminasse seus dias na cratera da Via Amarela, ele não estaria numa área de grau 4. Assim como não estava a aposentada Abigail Rossi de Azevedo, que ia ao médico.
O tom pedagógico da nota é impertinente. Poderia ser refraseado assim: "O Consórcio Via Amarela deveria ter lembrado que sua obra colocara no nível 4 de risco as pessoas que passavam por perto". Eram cidadãos que não faziam a menor idéia do perigo que corriam. Se fizessem, tomariam outro caminho.
A primeira informação de que havia uma van no escombros surgiu três horas depois do desabamento. A cooperativa de transportes que perdera o rastro do seu veículo informou que um sinal de rádio localizava-o naquela cratera, a 28 metros de profundidade. Durante cerca de seis horas, tanto o consórcio como os poderes do Estado e do município fizeram acrobacias para soterrar o tamanho do desastre, como se tivessem poderes para isso. Preferiam discutir o cumprimento do prazo da obra. Do lado do consórcio, nenhum grão-empreiteiro, daqueles que jantam no Alvorada e almoçam no BNDES, botou o rosto na vitrine.
É possível que nada houvesse a fazer para salvar as vítimas. Apesar disso, muito poderia ter sido feito para amparar suas famílias. Esse descaso não teve nada a ver com a chuva ou com a geologia.
Durante todo o fim de semana, a principal assistência a essas pessoas veio da cooperativa cuja van estava perdida. Ela mandou para o local um microônibus, refeições e 20 funcionários. Havia parentes desesperados e é natural que, nessa situação, as pessoas se descontrolem. Não é natural que sejam tratados como descontrolados.
Dormiram num estacionamento próximo e em colchonetes colocados na calçada. Usaram os banheiros dos bares da vizinhança. Vagavam sem informações, mas viam a circulação de viaturas do Instituto Médico Legal. Na segunda-feira os empreiteiros voltaram a se pronunciar, informando que montaram um acampamento e colocaram uma equipe de assistentes sociais para assistir as famílias dos mortos. Fizeram pouco, tarde.

Buraco do Metrô, Motoboys e o Sensacionalismo da Imprensa

Já percebemos que há muito assunto na manga sobre esse tema. Comentando um pouco o post do Ricardo , concordo completamente com a sua opinião geral.

Sobre os motoboys, devemos lembrar de algo comum aqui em São Paulo. O trânsito nesta cidade, como quase todo o relacionamento humano nela, distancia as pessoas, as torna menos humana. No trânsito esquecemos que o carro ao lado não é simplesmente um carro, é o meio de transporte de uma outra pessoa, que também tem seus medos, suas ansiedades, seus problemas e pressões. Essa pessoa, também se esquece de quem é você. Nesse caminho, as pessoas voltam-se para si como centro e a importância de tudo, sempre se acham no direito de fazer o que querem, de agir da sua forma, esquecendo das relações de cordialidade existentes nas cidades pequenas.

Nesse sentido, os motoboys em São Paulo são vistos como ou cavaleiros medievais, que na sua prepotência passam por todos zunindo suas buzinas, se achando no direito (que não têm) de andar entre os carros, tirando o direito dos motoristas de trocarem de faixa, por exemplo. Quem não já passou por isso? Quem não já foi trocar de faixa e, além de ser caluniado também não teve o seu retrovisor arrancado pela bota de um motoboy? Ou quem não conhece a história de alguém que foi envolvido em um acidente com um motoboy e teve o seu carro, ou mesmo a si próprio, espancado pelos outros que vieram atrás sem saber da história?

No trânsito desta cidade não há pena, não há perdão. Certamente quem já foi envolvido em situações como essas aqui descritas, até comemora: "Oba! Um motoboy a menos!". Mas pra mim, não são os motoboys, nem os motoristas de carro os errados... todos são vítimas, vítimas da falta de respeito entre as pessoas e da imensidão da cidade!

Voltando ao Buraco do Metrô, como foi apelidado... como diz o meu amigo Oscar, o sensacionalismo da imprensa e o marketing utilizando as pessoas para seu benefício. Ele me disse que promotores da Red Bull estavam fornecendo Red Bull para os bombeiros e parentes das vítimas... para deixá-los acordados para suportarem as horas intermináveis de trabalho e espera? Ou simplesmente porque lhe dá asas? Assistimos a uma cobertura que lembra a CNN na Guerra do Iraque, com vários repórteres espalhados em diversos locais, com informações sempre repetidas e imagens chocantes de pessoas chorando desesperadas. Imagino as ordens: "Se sair mais um caminhão de areia ou auém chorar, quero uma entrada ao vivo!".

Sempre na mesma... se dá "IBOPE", é o que o povo quer ver... "Panis et circenses" hoje poderia ser traduzido como "Bolsa Família e Tragédias na TV". E os problemas continuam...

Big Brother Brasil

Eu não achava as palavras corretas para explicar o que eu sinto quando vejo as pessoas assistindo ao BBB ou mesmo comentando com muita empolgação...até que meu amigo Pascoal me mostrou esse poema do homônimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos:


Álvaro de Campos

Ah, Onde Estou

Ah, onde estou onde passo, ou onde não estou nem passo,
A banalidade devorante das caras de toda a gente!
Ah, a angústia insuportável de gente!
O cansaço inconvertível de ver e ouvir!

(Murmúrio outrora de regatos próprios, de arvoredo meu.)

Queria vomitar o que vi, só da náusea de o ter visto,
Estômago da alma alvorotado de eu ser...

Sobre as Vidas Interrompidas e Vítimas do Metrô

Esse post é mais para completar/responder os posts de Vidas Interrompidas e Buraco do Metrô.

Um assunto que realmente me chama a atenção é o comportamento humano. O que realmente é a essência humana e o que é cultural? O cérebro é determinístico? Até certo ponto, acredito que sim. Calma, que já conecto a idéia com os outros posts.
O fato é o seguinte: por que as pessoas se comovem (e acho que devem mesmo se comover) com a morte de 155 pessoas no avião da Gol (um acidente desse porte a cada 10 anos no Brasil) mas quando estão na Marginal Pinheiros/Tietê ou qualquer outra avenida, simplesmente desviam da poça de sangue de "mais um motoboy"? Em média a morte de um motoboy é de 1 por dia, muito mais que 155 somente em um ano! É menos ou mais chocante que a senhora que voltava do médico e foi dragada pelo buraco do metrô? Bem, acredito que a resposta está na identificação que o cérebro faz, inconscientemente, com a vítima: "podia ser minha avó!", "nossa, uso aquela rua!", e assim vai..., mas quantos classe média/alta que estão nas edições da mídia tem um filho, pai, irmão motoboy?
O mesmo caso para os moradores de rua. Os olhos dos transeuntes simplesmente filtram essas pessoas. Insensibilidade? Talvez, mas é uma insensibilidade inconsciente, como se fosse uma defesa humana. Minha justificativa para isso é sobre um programa chamado "Zoológico Humano" do pesquisador psiquiatra Philip Zimbardo. É uma série bem interessante que podemos discutir em outro post, mas um dos experimentos que mais me chamou a atenção foi o seguinte: colocaram um ator vestido de mendigo que fingia estar bêbado na entrada de um prédio comercial (acho que em Londres). Bem, depois de horas de teste, absolutamente ninguém parou para perguntar se ele estava precisando de algo ou tentar ajudá-lo. Então, vestiram este ator com roupa de executivo, terno, gravata, etc, e ele ficou no chão fingindo estar bêbado. Alguns minutos depois muitas pessoas pararam para ajudar! Uma explicação possível é o comportamento humano pelo instinto de procurar e proteger seus semelhantes de sua "tribo". Não sou psiquiatra como o Dr. Zimbardo, mas acho que isto está totalmente relacionado com a comoção das pessoas com as mortes ocorridas no acidente do metrô e a indiferença com tantas outras que ocorrem embaixo de nossos narizes diariamente e a única coisa que fazemos é desviar do caminho.

um brinde ao Joe Schmo

Lembro os milhões de leitores deste blog que hoje fazemos um brinde ao Joe, que faz aniversario e fica (quase) mais velho que eu!
Joe,
Felicidades, cumpadi!

Se rolar um coup-de-fil no skype hoje a noite faremos um brinde ao vivo...
abraço do alisson

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

o buraco de Pinheiros

Mais do acidente acontecido sexta-feira em Pinheiros.
Depois de Muuuiita coisa publicada, que tenho acompanhado pela internet, posso dizer: diferentemente de outros casos do tipo, não tenho visto muitas grandes bobagens a respeito, mas em geral muita inutilidade publicada, estão re-amassando o mesmo barro.
O Joe tem razão neste post, quando pergunta sobre prvidências que deveriam ter sido tomadas no dia anterior, quando observaram que havia problemas no tunel. Parece que estas providências não vieram... mas isso são especulações minhas, de quem esta vendo de fora!
Uma investigação pode explicar o que realmente aconteceu. Mas fiquei triste de ver declaração do Vahan Agopyan: de que "a obra é dificil, complexa, e que as causas do acidente também devem ser complexas, com sucessão de falhas"... Esse cara é um politico e falou como diretor do IPT que esta responsavel por atestar a investigação e deu uma resposta 'sabão'. Ahã, entendi tudo: nada de culpados! Ainda mais que so morreram pessoas comuns, e que o prejuizo material o seguro deve cobrir. Tomara que isso seja apenas especulações minhas.
E as empreiteiras decararem que a causa é a chuva é no minimo absurdo! Se eles não tinham competencia para trabalharem com chuvas, para considerarem toda a agua possivel de cair, não poderiam ganhar a concorrência para fazer a obra!
Do post do Joe, acho que devemos sim nos sensibilizarmos com as mortes ocorridas. Mas acho, sobretudo, que os brasileiros em geral perderam essa capacidade de se sensibilizar com as mortes violentas que ocorrem todos os dias no pais inteiro: talvez por serem corriqueiras, pareçam mortes 'normais', e por isso as pessoa as toleram. Esse assunto esta diretamente ligado ao meu tema da violência em geral no Brasil, como ja falei em posts no grula, aqui, ou aqui, ou aqui...

Vidas interrompidas

Não querendo ser taxado de insensível ou algo parecido, mas já criando polêmica. Desde sexta-feira que o assunto em todos os jornais, rodas de amigos, conversas na sala e em festinhas de aniversário não é outro, mas sim o desabamento da obra do metrô. Uma fatalidade, não há outra palavra para resumir o acontecido.

Como será a vida da família do rapaz, cobrador da lotação, que mesmo dentro do nosso ambiente que realmente não favorece aquele que trabalha honestamente, estava lá, da sua forma e dentro das suas possibilidades trabalhando, servindo à população com o seu trabalho, em busca de uma vida melhor. Ou do motorista, com seus dois filhos para cuidar. O que será dessas crianças? Os responsáveis, depois de apuradas as causas, também serão responsáveis pela educação e futuro dessas crianças? Não posso deixar de me solidarizar com essas pessoas nesse caso.

Prefiro não comentar sobre a agilidade do início das buscas, estabilizar grua, busca pelo túnel ou escavando e outras especulações sobre o processo acontecido após o problema, mas no mínimo... Já que os funcionários, percebendo o perigo, acionaram as sirenes e saíram do local, não poderia ter sido feito um isolamento ao redor do local? Ou não se imaginara que poderia tomar tais proporções?

Independente das causas do acidente, eu continuo estarrecido com a comoção causada pelo fato. Não diminuindo a dor dos familiares, daquelas que muito provavelmente faleceram, e dos que "perderam" suas casas, mas é só passar algo na televisão que a população fica assim.

Em São Paulo, em números da Secretaria de Segurança Pública, no terceiro trimestre de 2006 foram registrados 86 latrocínios (um dos piores crimes, na minha opinião), que uma conta grosseira, nos leva a "um" por dia. Isso é muito? Certamente é muito maior do que eu gostaria. Uma vida não tem preço, isso é uma premissa para mim, agora, é interessante perceber o quanto a violência se torna algo normal com o tempo. "Um latrocínio por dia é normal, tudo bem... Latro... o que mesmo?"

Infelizmente não tenho os números de latrocínios para fazer uma comparação, mas, em números de assassinatos, em Washington, por exemplo, o número/100 mil habitantes é mais alto que no Rio e em São Paulo. Especificamente em São Paulo, pode-se acompanhar esses números pelo site da Secretaria de Segurança Pública aqui.

Sobre o acidente, vamos aguardar pelas apurações, e é claro, não punições...

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

affair cicarelli na França

O jornal Le Monde passou ao largo dos descalabros do Chavez na sua posse no inicio dessa semana (se o fez, foi posteriormente).
Mas não ignorou o 'affair' cicarelli-youtube se passa no Brasil, já comentado neste blog aqui.
Ou seja, a relevância das noticias é algo tão subjetivo aí como aqui :-)

dez pra uma

Ontem vi uma boa reportagem sobre uma bizarra questão social: em algumas regiões da Índia, a proporção de homens para mulheres chega a 10:1!
Isso mesmo: dez homens pra uma mulher! E o motivo não é que seja algo como Serra Pelada, onde tinha muitos garimpeiros para cada prostituta. Pelo contrário, são regiões do país com cidades 'normais'! Consequência: tráfico de mulheres.
Eu sabia que na China rural a mortandade de fetos femininos é grande, e a origem do problema é que pode-se ter um filho apenas. Mas porque preferem o filho homem? Isso não sei.
E qual a motivação dos indianos, que se reproduzem à vontade, para chegar a essa situação?
  1. o dote que a família da mulher paga quando ela se casa, que é proporcional ao seu patrimônio.
  2. a mulher deixa a sua família e passa a pertencer à familia do marido.
Ou seja, casar uma filha significa ficar mais pobre e 'perder' um membro da prole. A família do marido, além de receber o dote e a mulher, garante seu 'asilo': a jovem vai cuidar dos sogros na velhice. Um detalhe suplementar: os casamentos são arrajados pelos pais.
Tudo isso foi agravado depois dos anos 70, com a ultrassonografia que permitia saber o sexo do feto. Caso seja mulher, a mãe aborta sobre forte pressão da família do marido. De dois anos para cá, o médico é proibido de dizer o sexo do feto à paciente, e a mulher é proibida de abortar. Mas... dá-se um jeitinho, né? Afinal, a corrupção faz parte da 'natureza humana'.
Agora, eles tem toda uma geração de jovens... homens!
Para os pais que não conseguiram casar seus filhos homens recebendo o dote e tudo mais (atualmente, a maioria se encontra nessa situação), resta... comprar uma mulher para o filho!
Como este infanticídio não é generalizado na Índia, a alguns milhares de kilômetros de distância é possível comprar uma adolescente da sua família por uns 30€. Trabalho para os traficantes, que a revendem por 600€. E não faltam histórias de adolescentes que 'somem' dez dias após o casório: vão ser revendidas por mais 600€ na cidade vizinha.
A ironia do destino é que, nestes casos, as famílias - que mataram suas meninas para receber futuramente um dote e uma empregada doméstica - estão pagando um dote (esses 600€ são caros demais para muitos) e ficando sem a empregada!

Acho incrível a força que uma mesquinharia cultural como essa possa ter sobre uma sociedade! Os pais condenaram seus filhos a viver em uma sociedade (quase) sem mulheres.
Como estará esse povo uma década mais tarde? Veremos. Isso deve ser um prato cheio para os estudos de sociologia.
Pelo menos, talvez isso seja uma solução para outro problema: reduzir a longo prazo o mundaréu de gente desse pais superpovoado ;-(

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Mais sobre a Cicarelli x YouTube

Discussão... isso é bom...

Bem... comentando sobre os pontos de vista do Alisson aqui, seriamente não acho que ela deveria ser processada... mas dentro das circunstâncias e pensando como ela (será que pensa?) e extrapolando... ela deveria ser processada, o fotógrafo, e o namorado dela também (e pela própria), já que a culpa é dele... se não fosse o cara, nada disso teria acontecido! :-)

O problema principal dessa história, é não assumir seus atos. Vir dizer que o vídeo expõe a sua intimidade, quando ela foi escancarada pela própria garota. Pior ainda, é punir toda uma legião de pessoas por isso... Até onde sei, e pude ver pelas imagens, não estávam em nenhuma praia deserta. Não acho também que a praia sendo pública e ainda mais durante o dia, seja o local mais adequado para despejar os "líquidos das suas entranhas", assim como não é lugar pra urinar, defecar, despejar resíduos das casas, jornais, plásticos... a lista é imensa e estamos entrando em outro assunto, bem mais importante que a senhorita.

Felizmente o acesso ao YouTube foi liberado, diminuindo todo esse problema, e na minha sincera opinião, os vídeos dela também deveriam ser liberados... eu já vi e é no mínimo hilário, da forma que foi editado! Acho que todo mundo, em idade legal, deveria ver! ;-)

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Renascer: o dolar na cueca revisitado

Episodios como o Dolar na cueca estao ficando cada vez mais freqüentes. Hoje foram presos em Miami, acusados por lavagem de dinheiro, quando tentavam embarcar para o Brasil com U$ 56 mil.

O mais impressionante e que aqui mesmo no Brasil, os dois ja eram foragidos, mas conseguiram uma liminar "magica" do Supremo Tribunal de Justica revogando um pedido de prisao preventiva contra eles. Essa liminar permitiu que os dois fossem para os Estados Unidos.

Na volta os dois acabariam sendo presos por la. Após pagarem fiança de U$ 100 mil, foram libertos, mas ainda não podem sair do país. Aproveitando a deixa, o Ministério Público Estadual de São Paulo irá pedir para o casal também ser investigado nos Estados Unidos pelo crime de lavagem de dinheiro... Quem sabe por lá as investigações andem melhor do que por aqui?!

youtube da cicarelli

Sobre Cicarelli, YouTube, Judiciario... eu tbm conheço pouco da questao técnica do Direito, mas posso comentar.
Entendo que o Joe tenha criticado, neste post, o fato de que muitos brasileiros estão, agora, sem acesso ao YouTube, como determinou a Justiça brasileira, apenas porque a famosa se acha injuriada.
Até onde vai a liberdade da madame, até onde vai nosso direito de usar o tal site?
Das colocaçoes do Joe:
  1. a fulana pode fazer sexo na praia? Por mim, discretamente, sim! Segundo as leis do lugar, não sei, mas sei que isso varia muito de um local para outro. Se uma mulher não pode descobrir as tetas em Ipanema, em muitos outros lugares, pode, e não só as tetas (ainda bem!).
  2. a fulana deveria ser precessada? Uai Joe, essa saiu do arco-da-véia, heim?
  3. sobre direito de imagem, vale o mesmo: acho que no Brasil pode-se filmar qquer pessoa, mas isso não é regra geral, e aqui na França (salvo engano), a pessoa é que tem o direito à sua imagem, não o cinegrafista.
Certamente a esposição em midia que tem acontecido neste causo vai render frutos para a madame, se bons ou não, não sei, e se foi planejado, tbm desconheço; não acho relevante para mim.
é direito dela processar qualquer um. Ganhar, ja é outra historia, e se for injustamente vai depender de vacilo de algum juiz que, neste caso, deve ser corrigido prontamente.
Essa questão de imagem de famosos, paparazzis, e coisas que tais, depende no final do interesse da platéia do circo. A Historia mostra que o bom-senso dos humanos é bem largo nessa questão.
Respondendo ao Joe: certamente não seremos uma China na censura.

Cicarelli e as implicações no YouTube

Volta e meia esse assunto volta à discussão. A falta de bom-senso nas pessoas, em diferentes níveis. Quando o seu interesse pessoal importa mais que o interesse público, sem falar na falta de coerência, e porque não, maturidade.

Claro que as críticas não são direcionadas somente para aquela que se acha uma estrela, mas também para o poder público, em especial neste caso, o judiciário.

Tudo começou com a senhorita em questão participando de cenas nada discretas com o namorado em uma praia espanhola, e é claro, como já era de se esperar, é flagrada pelas câmeras de um cinegrafista. Até ai tudo bem, em parte. Eu não tenho nada haver, não estou nem um pouco interessado no que ela faz da vida, e acredito que a maioria das pessoas, principalmente daquelas que acompanham este blog, também não o estão. Não sou especialista em direito, muito longe disso, mas sempre gosto de pensar na coerência dos fatos. A garota reclama, processa um site, onde diversas pessoas podem publicar conteúdos, por estar divulgando o tal vídeo. Um vídeo que expõe a sua intimidade.

Pois bem... comecemos pela tal intimidade: “Vida íntima; vida particular”; “Que está muito dentro; Que atua no interior; Muito cordial, afetuoso; Estreitamente ligado por afeição e confiança”. Como pode reclamar de alguém expor a sua intimidade, se essa tal "intimidade", utilizada de maneira errônea, foi exposta pela própria garota? Vejam bem... caso eu seja flagrado tomando água de côco na praia, não posso reclamar de direito de imagem, afinal de contas, estava num local público. Não conheço nada das leis espanholas, mas novamente.... pelo bom-senso, ela deveria ser processada por realizar coito em área pública.

O segundo ponto a ser levado em consideração, é a atuação do poder judiciário nessa situação toda. Depois de tudo isso exposto, será alguém realmente acredita que ela tenha direito de reclamar, de que ela tenha sido gravada na praia? Vamos todos transar na praia também, e se alguém vier reclamar, direi que estou no meu direito de cidadão, e se reclamar muito, colocar foto nos jornais ou algo semelhante, o processarei por invadir a minha privacidade de expô-la ao mundo! A história começa com um comportamento, nada convencional, e no final de contas ainda é embasado por algum louco. E agora? Vamos bloquear tudo o que estiver mostrando algo, impróprio? Vamos também bloquear a Cicarelli, oras. Esse é só mais um dos primeiros passos para o controle e censura na Internet. Por falar em censura, isso é algo que o atual governo gosta bastante, e já tomou na cabeça por isso, mas este não é o foco deste texto... Voltando... Então por causa de um ato instintivo (será que não foi de propósito para voltar à mídia?), impensado (será mesmo?) e irresponsável (se fosse responsável, pensaria: "Tudo bem, fiz a bosta, agora tenho que arcar com as conseqüências."), todos os brasileiros precisam pagar o preço pelo que ela fez? E no futuro? Quais os próximos sites a serem bloqueados? Quais assuntos não podem ser veiculados no Brasil? Pelo visto estamos realmente nos aproximando bastante da China, e não só comercialmente....

Haja paciência para essas incoerências, ou pela teoria da conspiração, não será só o início de um plano maléfico de censura? :-)

(*) Blog interessante, direcionado para o assunto Cicarelli x YouTube: http://www.boicoteacicarelli.com/

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

começando

está criado o nosso blog.
aguardo que os convidados aceitem de participar deste utilsarcasmo e enviem sugestões para melhorar essa aparência tosca.
abraço, alisson