segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Vidas interrompidas

Não querendo ser taxado de insensível ou algo parecido, mas já criando polêmica. Desde sexta-feira que o assunto em todos os jornais, rodas de amigos, conversas na sala e em festinhas de aniversário não é outro, mas sim o desabamento da obra do metrô. Uma fatalidade, não há outra palavra para resumir o acontecido.

Como será a vida da família do rapaz, cobrador da lotação, que mesmo dentro do nosso ambiente que realmente não favorece aquele que trabalha honestamente, estava lá, da sua forma e dentro das suas possibilidades trabalhando, servindo à população com o seu trabalho, em busca de uma vida melhor. Ou do motorista, com seus dois filhos para cuidar. O que será dessas crianças? Os responsáveis, depois de apuradas as causas, também serão responsáveis pela educação e futuro dessas crianças? Não posso deixar de me solidarizar com essas pessoas nesse caso.

Prefiro não comentar sobre a agilidade do início das buscas, estabilizar grua, busca pelo túnel ou escavando e outras especulações sobre o processo acontecido após o problema, mas no mínimo... Já que os funcionários, percebendo o perigo, acionaram as sirenes e saíram do local, não poderia ter sido feito um isolamento ao redor do local? Ou não se imaginara que poderia tomar tais proporções?

Independente das causas do acidente, eu continuo estarrecido com a comoção causada pelo fato. Não diminuindo a dor dos familiares, daquelas que muito provavelmente faleceram, e dos que "perderam" suas casas, mas é só passar algo na televisão que a população fica assim.

Em São Paulo, em números da Secretaria de Segurança Pública, no terceiro trimestre de 2006 foram registrados 86 latrocínios (um dos piores crimes, na minha opinião), que uma conta grosseira, nos leva a "um" por dia. Isso é muito? Certamente é muito maior do que eu gostaria. Uma vida não tem preço, isso é uma premissa para mim, agora, é interessante perceber o quanto a violência se torna algo normal com o tempo. "Um latrocínio por dia é normal, tudo bem... Latro... o que mesmo?"

Infelizmente não tenho os números de latrocínios para fazer uma comparação, mas, em números de assassinatos, em Washington, por exemplo, o número/100 mil habitantes é mais alto que no Rio e em São Paulo. Especificamente em São Paulo, pode-se acompanhar esses números pelo site da Secretaria de Segurança Pública aqui.

Sobre o acidente, vamos aguardar pelas apurações, e é claro, não punições...

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